“Close” é eficaz e as lágrimas abundam em uma história cheia de sensibilidade, encharcada de tristeza

Por Eduardo de Assumpção*

“Close” (Bélgica/Países Baixos/França, 2022) Em 2018, o realizador belga Lukas Dhont venceu, Un Certain Regard, em Cannes, com o seu filme de estreia ‘Girl’. O drama sobre uma garota trans que sonha em se tornar bailarina foi elogiado mas também foi fortemente criticado. No Vencedor do Grand Prix, em Cannes 2022, do @festivalmixbrasil e indicado ao Oscar de Filme Internacional, ‘Close’, Leo (Eden Dambrine) e Remi (Gustav De Waele) são dois adolescentes, amigos de infância.

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Muito próximos, eles compartilham um forte vínculo. Na escola, os dois meninos são inseparáveis. Mas, um dia, um grupo de meninas pergunta: “Vocês estão namorando? “. Uma observação sem agressividade, mas uma representação clara de homofobia. Logo os garotos começam a fazer comentários maldosos para Léo, que está zangado, assustado e humilhado.

Ele se afasta de Rémi, joga hóquei no gelo machista. Rémi está profundamente perplexo e ferido; Léo mal pode suportar a censura muda e depois não muda de Rémi, e ser confrontado com sua própria desonestidade inconstante. O dano está feito, o ato terá consequências terríveis para os dois garotos. Lukas Dhont oferece com ‘Close’ um drama sobre a adolescência, que evoca a homossexualidade e a rejeição.

O cineasta mantém sua câmera constantemente apontada para Leo. A câmera está em constante movimento, tentando seguir o menino, no recreio, na pista de gelo onde aprende hóquei, ou nos campos, a pé ou de bicicleta. Tudo isso, com um enquadramento fechado no rosto do jovem ator Eden Dambrine, que carrega o longa-metragem.

O menino é impressionantemente preciso e clama pela verdade, assim como Émilie Dequenne, que está arrasadora no papel de mãe de Rémi. Mesmo que eles não compartilhem muitas cenas juntos, cada um de seus encontros é relevante e será decisivo na reconstrução de um como o outro. O fim de uma amizade é devastador da mesma forma que um relacionamento romântico. É duro e intenso.

‘Close’ é eficaz e as lágrimas abundam em uma história cheia de sensibilidade, encharcada de tristeza, que mostra uma brilhante habilidade para capturar emoções e dominar um enredo. Nos cinemas e dia 21 de abril na @mubibrasil .

*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com

Instagram: @cinematografiaqueer

Twitter: @eduardoirib