Clifford Prince King clica homens negros queer em cenas cotidianas para espantar a sexualização preconceituosa
No mundo do fotógrafo Clifford Prince King (EUA) não há espaço para a sexualização dos corpos negros masculinos. Com uma vida dividida entre Los Angeles e Nova York, ele captura amigos e amigos de amigos em cenas que podem sim ser sexy, mas nunca apresentando o corpo negro apenas como um objeto.
Para fazer as fotos, reúne as pessoas em um jantar em sua casa, em uma viagem, em um passeio ali perto mesmo e começa a clicar. Autenticidade, verdade, identidade, representatividade e militância em favor do afeto.
A diferença das imagens de Clifford, um homem negro e gay, é que ele sabe como é raso e leviano apresentar apenas a sexualização. Ele vai além do clichê preconceituoso e congela no tempo momentos comuns, cotidianos, cheios de afeto, amor, carinho. Suas fotos reforçam: o homem negro queer merece amar.
E ser amado. É assim que os muitos modelos eventuais aparecem: ao lado de seus amores, em momentos íntimos de uma vida compartilhada. São cenas mostrando a vida de um casal negro com todo tipo de situação, como acontece com todo casal. Clifford espana para longe de uma vez por todas a burrice que impede de ver no corpo negro a arte além do sexo.
“Muitas das imagens que tento criar são apenas colocar homens negros em cenários ou cenas que parecem familiares”, diz King. “E então, o objetivo final para mim é criar imagens onde vemos esses homens negros – sejam eles de apresentação masculina ou afeminados – e dar a essas imagens um espaço.”
Com duas exposições programadas para setembro, uma em NY e outra em Los Angeles, Clifford tem ganhado cada vez mais espaço em um mundo que se cansou de ver pessoas negras como objetos sexuais. Vale conferir o trabalho completo dele no www.cliffordprinceking.com
Instagram @cliffordprinceking