Lula faz posse histórica para os LGBT+ derrubando quatro anos de desgoverno, ódio e violência

Depois de quatro anos andando para trás desgovernadamente rumo ao abismo, o Brasil finalmente parou um pouco para respirar no domingo, 1 de janeiro, na posse do presidente Lula, em Brasília (DF). Para respirar e chorar muito, mas desta vez de alegria, de alívio, de esperança, de emoção – de leveza com a partida daquele inominável que nunca deveria ter ocupado o cargo.

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Ninguém que tenha um pouco de humanidade conseguiu superar ainda a cena da subida da rampa do Palácio do Planalto. E não é para superar porque é histórica, assim como a retomada democrática do País após um mandato presidencial que varreu dos espaços públicos PCDs, indígenas, mulheres, negres, LGBT+ e todo o senso crítico possível.

Lula subiu a rampa ao lado de um grupo extremamente representativo, incluindo um homem gay e PCD, Ivan Baron. Marcou a nossa História – ainda mais a dos LGBT+ – de uma vez por todas como a primeira vez que um dos nossos ganha tanto destaque em uma posse presidencial, sendo responsável por inclusive ajudar a entregar a faixa.

Temos a lendária jogadora Ana Moser ministra dos Esportes, vários dos nossos estão no segundo escalão e já é realidade o upgrade da Coordenação LGBT+ dos governos petistas anteriores para uma Secretaria – com a maravilhosa Symmy Larrat, travesti, como titular.

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Mas é preciso pontuar: faltou mencionar nossa comunidade nos discursos oficiais, dar nosso nome, deixar bem claro contra qual preconceito irá lutar. A cobrança é um pedido do próprio presidente, que durante o governo de transição foi firme em dizer que queria receber sugestões para fazer o melhor que conseguir.

E é preciso deixar explicado que cobrar e criticar, além de fiscalizar, são verbos inerentes à democracia, à mesma “democracia para sempre” citada pelo próprio Lula. Depois de um relatório de transição de governo alvo de críticas e a incerteza se “dava ou não” para colocar nós LGBT+ em todos os locais, o presidente parece ter entendido de vez que não existe sobre nós sem nós.