O que três travestis conversam tomando um café? Novo podcast responde, ensina e constrói

O que três travestis conversam tomando um café? Esta é a pergunta de milhões que motivou a criação do podcast “Aroma de Travesti”, que está sendo produzido por um trio que tem muito assunto para desconstruir o mundo dominado pelo cistema (com C mesmo, de cis) usando o grande alcance do som, a imensidão das redes sociais.

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“Pode ser político, genuíno, descontraído e muito disruptivo”, acreditam as CEOs desse empreendimento, a canceriana Luane Domingos, a pisciana Guilhermina Urze e a libriana Onna Silva. Juntas, trazem visões travestis negras e brancas para discutir, e bombardear, o racismo, o machismo e a transfobia.

Queremos ser escutadas, levando nossas vozes de uma maneira concisa e íntegra.

É para sentir esse aroma de travesti que Ezatamag conversou com as divas sobre como é realizar este projeto, quais os sonhos, as expectativas e principalmente como será o futuro. “O foco principal agora é captação de parceiros e marcas que apoiem o projeto.” Leia tudo na entrevista a seguir:

Qual a importância de um projeto assim hoje em dia na luta pelos nossos direitos?  O que vocês esperam causar nas pessoas com este conteúdo?

O poder de comunicação e o alcance que um podcast criado por três travestis pode contribuir bastante para que pessoas cis entendam, até mesmo divertidamente, como funciona nossa realidade e aprender maneiras práticas de evitar a reprodução de um ‘Cistema racista, transfóbico e conservador, transformando aos poucos, de ouvinte por ouvinte, um lugar saudável e seguro para todas as existências. Esperamos que as pessoas se inspirem e se encontrem a partir das provocações e questionamentos que estarão em pauta no podcast!

“Contribuir bastante para que pessoas cis entendam, até mesmo divertidamente, como funciona nossa realidade”

Como vocês veem o uso das redes sociais, das plataformas digitais, nessa construção de um mundo melhor?

Acredito que as redes sociais são uma grande facilitadora de divulgação do trabalho de muitos pessoas, artistas e empresas relevantes que visam o bem-estar. Se conectar com alguém do outro lado da cidade, do país ou até do mundo, sabendo que podemos afetar positivamente na vida delas, é muito gratificante. Vislumbramos de uma forma positiva. Se não fossem essas plataformas da “nova era” digital, talvez não teríamos voz. Com isso, podemos atingir muito mais pessoas, tocando de uma forma leve e plural, levando conteúdo e vivências particulares dentro da comunidade LGBTQIA+ que é a comunidade Trans Y Travesti.

Qual é o maior sonho de vocês?

Queremos ser escutadas, levando nossas vozes de uma maneira concisa e íntegra.

Fotos: Felipe Lofrano