“Blue Jean” leva o público a uma poderosa jornada emocional com performance fantástica de Rosy McEwan
Por Eduardo de Assumpção*
“Blue Jean” (Reino Unido, 2022) ‘Blue Jean’ é o longa de estreia da roteirista e diretora britânica Georgia Oakley. 1988, a Inglaterra e o governo conservador de Margaret Thatcher estão prestes a aprovar uma nova legislação controversa que estigmatizará a comunidade gay e lésbica. A infame seção 28 tornava ilegal que as escolas ‘propagassem’ a homossexualidade.
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Jean (Rosy McEwan) é professora de educação física do ensino médio e lésbica. Enquanto ela passa as noites feliz com sua namorada Viv (Kerrie Hayes) ou festejando em um bar sáfico de Newcastle, sua vida é cuidadosamente segregada, escondendo cuidadosamente sua privacidade na escola e em torno de sua família, ela teme que sua sexualidade possa custar seu emprego.
As coisas pioram para Jean quando uma nova aluna, Lois (Lucy Halliday), aparece no mesmo bar gay uma noite, misturando os dois mundos que Jean está tão desesperada para manter isolados. Em vez de ajudar essa alma solitária a sobreviver aos valentões da escola, ela se volta contra Lois, desesperada para manter sua fachada profissional.
Oakley usa brilhantemente a mídia em Blue Jean para vincular uma história pessoal simples a uma questão social mais ampla. O mundo de Jean parece claustrofóbico quando ela é bombardeada pelos meios de comunicação dizendo que há algo errado com ela, que sua vida é perigosa ou inaceitável. O filme joga com benevolência em bares queer como espaços de convívio, amor e sexo lésbico como terno e apaixonado.
Ainda assim, Jean internalizou o sentimento de vergonha imposto a ela pelo governo conservador, sucumbindo à auto aversão e às noites sem dormir. Enquanto Viv é linda em sua masculinidade descarada, Jean ainda está lutando para navegar neste mundo que não foi projetado para sua felicidade.
É uma performance central fantástica de Rosy McEwan, indicada ao BAFTA, que leva o público a uma poderosa jornada emocional. Quando a situação em sua escola chega ao auge, o resultado é genuinamente angustiante, ainda mais difícil de suportar pelo roteiro inteligente de Oakley.
*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com
Instagram: @cinematografiaqueer
Twitter: @eduardoirib