Coletivo baiano Afrobapho lança primeiro episódio discutindo corpos dissidentes, racismo e LGBTIfobia
Já está no ar o primeiro episódio da websérie “Narrativas de Artvismo”, do Coletivo Afrobapho. A produção vai contar em cinco episódios como a história do Coletivo Afrobapho está intimamente ligada a manifestações políticas e sociais, em defesa dos Direitos Humanos, contra o racismo, LGBTfobia e outras opressões.
A websérie terá novo episódio no ar toda quinta-feira e faz parte das entregas do projeto AFROBAPHOLab patrocinado pela Natura Musical e Governo da Bahia. O coletivo ficou conhecido por conta de criações de narrativas artísticas que dialogam com questões sociais e políticas inerentes aos corpos dissidentes e vivências de seus integrantes.
De 2015 para 2016, motivado pelas ondas de protestos do movimento “Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) nos Estados Unidos e também pelas ações do movimento “Reaja ou Será Morto” na Bahia (após a chacina do Cabula em Salvador), o Afrobapho realizou um Manifesto Artístico para explicar sobre Genocídio da Juventude Negra para o público que já seguia o coletivo.
ARTvismo é o nome dado a narrativas artísticas e estética que produzem questionamentos e críticas sociais com o objetivo de promover a reflexão sobre questões como racismo, lgbtfobia, machismo, dentre outras problemáticas. Apesar de ser uma prática recorrente há muito tempo, a arte com cunho político e social tem ecoado cada vez mais, alcançando novos públicos, a partir de diferentes plataformas.
A websérie tem direção de Edgar Azevedo, um dos responsáveis pelos audiovisuais de maior sucesso do Coletivo Afrobapho e conta com depoimentos de Sulivã Bispo, Ventura Profana, Thiffany Odara e Rafaela Pinah. Ao total, serão 5 episódios lançados semanalmente, toda quinta feira do dia 15 de julho a 12 de agosto.
O Afrobapho é um coletivo baiano formado por jovens negros LGBTIA+ das periferias de Salvador que utilizam as artes integradas como ferramenta de mobilização e sensibilização social. Surgiu em novembro de 2015, como uma plataforma de ação coletiva que produz narrativas criativas para falar sobre questões sociais e direitos humanos.
Através da dança, música, produções audiovisuais e performances artísticas, aborda numa perspectiva antirracista, questões de estética, dissidências de sexualidade e gênero, que confrontam o padrão heteronormativo da sociedade.
O Afrobapho é uma narrativa potente que se manifesta através de corpos dissidentes, que por muitas vezes foram excluídos, violentados e silenciados.
Foto: Edgar Azevedo