Filme da Barbie é uma reparação histórica com quem tinha que brincar escondido – como nós, LGBT+

Por Eduardo de Assumpção*

“Barbie” (EUA/Reino Unido, 2023) A boneca Barbie povoa o imaginário da infância de muitas pessoas queer. O antigo slogan ‘Tudo o que você quer ser’ nos dizia algo, enquanto tínhamos que brincar escondidos com nossas irmãs, amigas, etc… Greta Gerwig, tomou o desafiou e fez um filme, um tanto inusitado, sobre o icônico brinquedo, e realizou uma espécie de sonho. É uma reparação histórica com quem tinha que brincar escondido.

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Barbie, Margot Robbie, nascida para o papel, vive uma vida feliz com Ken (Ryan Gosling) em Barbie Land, uma utopia comandada por mulheres. Um dia, ela descobre que não tem mais a aparência perfeita que sempre teve e começa a questionar sua própria mortalidade. Com a ajuda de Weird Barbie (Kate McKinnon), ela e Ken se aventuram a sair da Barbie Land para o mundo real, em Los Angeles.

O roteiro escrito com o marido de Greta, Noah Baumbach, transborda sagacidade, humor ácido, ironia e, surpreendentemente, cordialidade, ternura, nostalgia e sabedoria. A trama não se trata apenas da busca da Barbie para encontrar seu mundo; é fundamentalmente sobre sua busca para encontrar seu verdadeiro eu e aprender o significado de ser um humano.

Quando Barbie e Ken viajam para Los Angeles juntos, eles descobrem que o mundo real é governado pelo patriarcado e, enquanto Barbie parte para descobrir como é ser uma mulher real, ele começa sua própria aventura de autodescoberta, que acabará levando a uma batalha altamente divertida dos sexos, quando eles retornam ao Barbie Land. Life in Plastic is Fantastic!

O design de produção extravagante é brilhante e nos mais variados tons de rosa e os inúmeros cenários são manuseados com muita destreza pelo diretor de fotografia Rodrigo Prieto e pela própria Gerwig.Com Barbie, Gerwig fez um deleite visual e espiritual que usa sua estética de algodão doce e bola de sabão para contar algumas verdades duras que são inerentemente conhecidas, mas raramente discutidas.

Assim como o aspecto mais leve da comédia, Barbie está interessada em investigar temas mais profundos. É uma celebração sincera das forças e tribulações da feminilidade, em todas as suas muitas formas. É mais que um filme, é um evento! Nos cinemas.

*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com

Instagram: @cinematografiaqueer

Twitter: @eduardoirib