A magia está nos detalhes e nos pequenos momentos em “Lupe – A Cidade dos Sonhos”

Por Eduardo de Assumpção*

“Lupe – A Cidade dos Sonhos” (EUA, 2019) Dirigido por André Phillips e Charles Vuolo, ‘Lupe’ conta a história de um imigrante cubano, Rafael ( Rafael Albarran), que viaja para Nova York em busca de sua irmã mais velha, que não vê há mais de 10 anos. A irmã, Isabel (iLucerys Medina), depois de ter fugido de Cuba em busca de uma vida melhor, caiu em uma vida de prostituição e Rafael passa as noites procurando bordéis e ruas na esperança de levá-la de volta com ele para a ilha.

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No decorrer de sua busca, ele encontra outra alma perdida, Elsa ( Christine Rosario Lawrence), uma amiga de Isabel. Ela também está no negócio de vender seu corpo para homens e não vê melhor opção para ela ganhar dinheiro para sobreviver. Ela implora pela ajuda de Rafael e juntos eles acabam ficando em seu apartamento, onde ela descobre seu segredo bem guardado.

Rafael, ao que tudo indica, parece determinado a encontrar a irmã. Em Nova York, ele treina o também boxeador de Muay Thai, Arun (Kadeem Henry), e Rafael usa essa habilidade mortal para vencer informações dos que encontra. Ele é um jovem forte e letal, mas luta em particular com sua própria identidade de gênero.

Rafael suprime sua identidade transgênero para todos, exceto para uma amiga de confiança, Lana, interpretada por Celia Harrison, ela mesma transgênero. Esses quatro relacionamentos entre Rafael e Isabel, Elsa, Lana e Arun se combinam para revelar uma vulnerabilidade e sensibilidade que desmente a imagem dura que Rafael projeta através de suas habilidades no boxe.

O ator porto-riquenho Rafael Albarran dá uma performance incrível em sua interpretação de Rafael o boxeador furioso, Rafael o irmão perdido, Rafael o transgênero reprimido e Rafael o amigo de confiança. O filme é fiel ao assunto porque os diretores Andre e Charles buscaram o conselho de Kerry Michelle O’Brien, uma defensora ativa da comunidade LGBTQ, creditada como produtora executiva do filme.

Lupe tem aquela sensação linda, íntima, indie, com muito trabalho de câmera portátil e closes, com quadros intimistas e diálogos muitas vezes improvisados.

A magia está nos detalhes e nos pequenos momentos. Disponível no @looke

*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com

Instagram: @cinematografiaqueer

Twitter: @eduardoirib