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CARA E COROA

Eleições de 2020 fazem história, mas também trazem o desafio de lidar com o conservadorismo disfarçado

As eleições do último domingo, 15 de novembro, tiveram um grande aumento no número de pessoas trans eleitas – 29 em todo o Brasil, segundo levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). Este número representa um aumento de mais de 300% em relação a 2016 e traz esperança em próximos quatro anos melhores nos legislativos municipais.

Erika Hilton (foto acima) foi o destaque máximo ao se eleger como a mulher mais votada da cidade de São Paulo com mais de 50 mil votos. Destaque na imprensa nacional e internacional, motivo de comemoração para todes e a sinalização de uma Câmara Municipal mais diversa. Tomando o caso paulistano, a Casa viu se extinguir a bancada militar e a estreia de mandatos coletivos, por exemplo.

A nossa pauta definitivamente entra nas discussões de vereadoras e vereadores. E o lado bom de tudo isso está sendo comemorado muito merecidamente. Então vamos direto para os cuidados porque, como diria Ney, é preciso estar atento aos sinais. Ao mesmo tempo em que temos grandes avanços, pode-se perceber um disfarce muito bem feito do conservadorismo.

Tomando o caso paulistano, a Casa viu se extinguir a bancada militar e a estreia de mandatos coletivos, por exemplo. A nossa pauta definitivamente entra nas discussões de vereadoras e vereadores.

Erika e tantas outras foram eleitas em um crescimento da chamada nova esquerda, que, em se tratando de política, tem seu lado oposto, a direita. Sim. O crescimento do PSD, o novo fôlego para o DEM e a manutenção da grandeza (em números, não vou abordar ideais) do MDB mostram que o grito do PSL foi abafado.

Candidatas e candidatos da bala, aqueles de revólver na mão sempre falando em tom raivoso, viram seu espaço diminuir, infelizmente ainda não sumir, em um reflexo do desgaste do próprio presidente da República, que não faz mais parte do PSL, mas continua tocando seu berrante cheio de ódio. O que pode ser percebido é um movimento de moderação de imagem (apenas de imagem) nos mais conservadores.

Cansados de tanta falta de rumo em uma extrema direita histérica e sem ideias, dão um passo atrás, em direção ao chamado centro. Estão mais para a direita do que para o centro, mas hipocritamente não habitam mais legendas extremistas como PSL, PRTB e PSC. Há então um disfarce do ódio que já não conquista mais os eleitores, um desafio para nós.

As tantas candidaturas LGBT eleitas no domingo terão um longo caminho pela frente porque o inimigo é cínico, ardiloso e irônico, está escondido atrás de discursos bonitos que clamam por união. Muito raramente as pessoas eleitas por esta nova direita atacarão diretamente nossas pautas, mas nos bastidores, e é aí onde tudo se resolve, vociferarão impropérios contra a diversidade.

Toda ação gera uma reação.

Mesmo desafio terão LGBTs que se elegeram por legendas menos tolerantes. Caso mais conhecido é o de Thammy Miranda, homem trans eleito pelo PL- de forte tom evangélico e que nunca levantou nenhuma questão de diversidade – pelo contrário, se posiciona sempre contra. Se for a vontade de Thammy fazer algo por nós, enfrentará um partido todo. Terá ele voz contra tantos pastores é a pergunta que fica.

O crescimento do PSD, o novo fôlego para o DEM e a manutenção da grandeza (em números, não vou abordar ideais) do MDB mostram que o grito do PSL foi abafado.

Este não é um texto pessimista, mas sim realista. Vamos comemorar muito sim a vitória de tantos LGBT e gritar a plenos pulmões que o traviarcado vem aí! Mas não sem desafios. É preciso estar atento e forte!

29 pessoas trans eleitas em 2020

  1. Thabatta Pimenta – PROS – Carnaúba do Dantas/RN
  2. Linda Brasil – PSOL – Aracaju/SE
  3. Duda Salabert – PDT – Belo Horizonte/MG
  4. Maria Regina – PT – Rio Grande/RS
  5. Lins Roballo – PT – São Borja/ RS
  6. Benny Briolly – PSOL – Niterói/RJ
  7. Erika Hilton – PSOL – São Paulo/SP
  8. Gilvan Masferre – DC – Uberlândia/MG
  9. Thammy Miranda – PL – São Paulo/SP
  10. Carolina Iara – Bancada Feminista do PSOL – São Paulo/SP
  11. Kará – PDT – Natividade/RJ
  12. Filipa Brunelli – PT – Araraquara/SP
  13. Isabelly Carvalho – PT – Limeira/SP
  14. Anabella Pavão – PSOL – Batatais/SP
  15. Paulette Blue – PSDB – Bom Repouso/MG
  16. Regininha Lourenço – AVANTE – Araçatuba/SP
  17. Lorim de Valéria – PDT – Pontal/SP
  18. Tieta Melo – MDB – São Joaquim da Barra/SP
  19. Paulinha da Saúde – MDB – Eldorado dos Carajás/PÁ
  20. Rebeca Barbosa – PDT – Salesópolis/SP
  21. Titia Chiba – PSB – Pompeu/MG

‪22. Samara Santana – PSOL – Quilombo Periférico – São Paulo/SP

  1. Brenda Ferrari – PV – Lapa/PR
  2. Dandara – MDB – Patrocínio Paulista/SP
  3. Yasmin Prestes – MDB – Entre-Ijuis/RS
  4. Myrella Soares – DEM – Bariri/SP
  5. Lari Camponesa – REP – Rio Novo do Sul/ES
  6. (Co-vereador) Heitor Gabriel – PODE – Dialogue – Araçatuba/SP
  7. (Co-vereadora) Rafa Bertolucci – PODE – Dialogue – Araçatuba/SP
4 Comments
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