Dória Miranda é empreendedora trans que venceu o abandono familiar e hoje emprega outras manas
Dória Miranda é uma mulher plus size que transformou o abandono familiar aos 15 anos em força para seguir em frente, abrir sua própria linha de roupas em São Paulo e ainda por cima empregar outras pessoas trans como ela. É uma circularidade maravilhosa que faz girar a roda da dignidade e do respeito.
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Dória é a responsável hoje não apenas pela própria qualidade de vida, também costura amor, carinho e empregabilidade em um negócio que atualmente mantém 12 funcionáries fixes. “Looks para TODOS os corpos. Vendemos atacado e varejo. Enviamos para todo o Brasil”, propagandeia essa diva.
“Para ser sincera, empregar as meninas é difícil, um trabalho de formiguinha, porque são muitos instáveis, mas sigo forte. Um dia elas pegam a reta e vão embora!”, conta super animada à Ezatamag no depoimento a seguir:
“Sou Dória Miranda, uma mulher transexual plus size, empreendedora. Sou bem de conversar, falo demais. Hoje sou uma travesti babadeira e dou vários empregos diretos e indiretos com oficinas de costura e no marketing. Hoje fixas no escritório eu emprego quatro pessoas, mais o marketing com três pessoas e cinco outras em oficinas colaborativas, que é onde faço minha coleção.
Hoje sou uma travesti babadeira e dou vários empregos diretos e indiretos com oficinas de costura e no marketing.
Para ser sincera, empregar as meninas é difícil, um trabalho de formiguinha, porque são muitos instáveis, mas sigo forte. Um dia elas pegam a reta e vão embora! Elas têm uma carência muito forte e uma autoestima bem deteriorada, então a empresa tem que fazer uma construção junto a essa pessoa. Mas graças a Deus minhas meninas já estão comigo há um tempo. Na verdade, meu sonho é ver toda trava empregada, tendo dignidade e não sendo explorada por todos os lados.
Quando comecei na internet era só mais uma no desespero da pandemia, querendo vender, louca, despreparada, atropelando tudo e todos por uma venda. Sei que foram tempos difíceis, mas passou!!
E lá se foram quase dois anos e meio, eu aprendi que no desespero você não constrói nada. Melhor coisa se tudo deu errado, cagou tudo, senta, chora, respira e começa tudo de novo. Lógico que a cada recomeçar você começa com alguma experiência.
Falar que não amadureci nesses dois anos e meio e até mentira falar isso. Sim amadureci, trabalhei muito e ainda trabalho, descobri técnicas, conquistei pessoas, montei uma equipe babadeira onde o princípio é sempre tratar nossos clientes bem. Tudo começa como amadorismo, mas você vai se aprofundando e se profissionalizando. Isso é o curso da vida.
Onde deus e xangô permitirem quero estar. A internet não tem limites, quero também, além de fazer o que já faço, fazer YouTube e televisão. Já pensou eu no Multishow! Meu sonho!”
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