Novo “Meninas Malvadas” atualiza visibilidade LGBT+ em história atemporal do comportamento teen

Por Eduardo de Assumpção*

“Meninas Malvadas” (Mean Girls, EUA, 2024) Cady (Angourie Rice), de 16 anos, volta para os EUA com a mãe do Quênia, onde foi educada em casa. Ela deve finalmente ser capaz de encontrar seus colegas em uma escola de ensino médio, como ela deseja. Lá, os dois queers Janis (Auli’i Cravalho) e Damian (Jaquel Spivey) a levam para debaixo de suas asas.

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Mas também a chamada Abelha Rainha, a admirada e temida Regina George (Reneé Rapp) e suas duas companheiras dedicadas Karen (Avantika) e Gretchen (Bebe Wood) convidam Cady para sua mesa na cantina. Irritada, Cady se junta a eles, o grupo de “plásticos”, e deixa que elas lhe digam o que vestir e com quem ela não pode sair.

Mas a maré rapidamente vira para Cady quando ela se apaixona pelo colega Aaron (Christopher Briney), ex-namorado de Regina. Agora, Regina mostra seu poder e agarra Aaron novamente sem esforço. O ferido Cady, apoiada por Janis e Damian, decide se vingar de Regina com suas próprias armas, pérfidas brincadeiras e intrigas. A trama soa familiar, porque as “Meninas Malvadas” não estão na tela pela primeira vez.

Em 2004, Tina Fey fez um roteiro a partir do guia parental “Queen Bees and Wannabes”, no qual analisava exatamente essa estrutura de poder das panelinhas do ensino médio e seu significado para o cotidiano escolar. Embora a história seja essencialmente a mesma, é claro que há muito canto e dança desta vez, o que faz com que pareça glamouroso revigorado.

E o smartphone é incorporado ao conteúdo de acordo com sua importância para os jovens de hoje. Apesar de todas as inovações aqui e ali, a estreia no cinema dos diretores Samantha Jayne e Arturo Perez Jr. não dispensa cenas sarcásticas com as quais o original já foi capaz de pontuar. Reneé Rapp, que já interpretou a bitch alfa Regina George na Broadway, também convence com sua forte atuação nas telas.

Ela é uma superestrela deslumbrante com vocais poderosos. Rapp está totalmente confortável, segura de si mesma e cheia de atitude.

*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com

Instagram: @cinematografiaqueer

Twitter: @eduardoirib