Drag histórica na luta dos movimentos sociais, Ruth Venceremos quer ser deputada federal contra o atraso

Ruth Venceremos é um nome forte, combativo e histórico da luta LGBT+ no Distrito Federal e agora quer ampliar essa atuação já maravilhosa: ela chega com o número 1361 como candidata à deputada federal pelo PT avalizada por uma luta feita desde a base, desde os campos que necessitam de reforma agrária, desde a educação que clama por incentivo, desde quem sente literalmente na pele a exclusão.

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É para ajudar a tirar o Brasil do gigantesco atraso ao qual foi jogado nos últimos anos pelo atual (des)presidente que Ruth se coloca à disposição. Para lutar por alimento barato e segurança alimentar, para reforçar a necessidade de ver na Educação uma importante transformadora de vidas, para que a sociedade possa de vez entender que é formada por todes, que o poder público deve agir para todes.

A minha candidatura é uma luta contra a falta de acesso de pessoas LGBTQIA+ nos espaços de poder, na Câmara dos Deputados.

“Quem vota em mim faz um voto de confiança na capacidade de uma pessoa que vem das lutas populares fazer na Câmara dos Deputados a defesa dos interesses do povo. Nossa comunidade precisa de representantes na luta política institucional. Esse momento é nosso e vamos estar onde se criam leis que são decisivas sobre as nossas vidas”, conta na entrevista a seguir:

“Essa representação nos espaços de poder é fundamental para a democracia, para garantir as nossas existências, os nossos direitos.”

Por que as pessoas devem votar em você?

Eu sou uma bicha preta, nordestina, sou do Movimento Sem Terra (MST), sou uma artista LGBTQIA+, sou professora. Acredito que represento a diversidade do povo brasileiro. Carrego em mim essa representatividade que falta na política brasileira. Me sinto preparada para ser deputada federal porque eu tenho uma trajetória política, antes mesmo de ser filiada ao PT. Sou co-fundadora do coletivo Distrito Drag, que promove inclusão social e no mercado de trabalho com atividades formativas para a comunidade LGBTQIA+, e junto às minhas manas do coletivo, criamos o Bloco das Montadas, que levou 60 mil pessoas para a rua e foi eleito o melhor e mais seguro do Carnaval de Brasília. Sou uma ativista dos direitos humanos, da Cultura e da Educação, sou formada em Pedagogia, tenho mestrado em Educação, sou educadora de jovens e adultos desde meus 13 anos de idade, e ocupei uma cadeira na direção nacional de Educação do MST. Quem vota em mim faz um voto de confiança na capacidade de uma pessoa que vem das lutas populares fazer na Câmara dos Deputados a defesa dos interesses do povo.

“O meu sonho é que nós, o povo brasileiro, tenhamos autonomia e soberania.”

O que você pretende fazer quando se eleger? Quais suas três principais propostas?

O meu projeto político passa pela luta contra os retrocessos que nos atingiram nos últimos anos. Meu projeto é a luta pelos direitos da comunidade LGBTQIA+, da população negra, pela reforma agrária para produzirmos alimento saudável e barato pra tirar o Brasil do mapa da fome, por cultura acessível a todes, pelo fortalecimento da Educação para que a gente consiga garantir acesso universal à educação pública e gratuita de qualidade da alfabetização ao Ensino Superior, por garantir emprego com salário digno pra nossa população do Distrito Federal e do Brasil.

Quando olhamos para o Congresso Nacional, a maioria das pessoas que vemos ali não representa o povo brasileiro.

Qual a importância de votar em e eleger pessoas LGBT por todo o Brasil?

A minha candidatura é uma luta contra a falta de acesso de pessoas LGBTQIA+ nos espaços de poder, na Câmara dos Deputados. Quando olhamos para o Congresso Nacional, a maioria das pessoas que vemos ali não representa o povo brasileiro. Faltam pessoas negras, indígenas, LGBTQIA+, mulheres, pessoas com deficiência, pessoas que de fato sejam o espelho da grande diversidade do Brasil. Essa representação nos espaços de poder é fundamental para a democracia, para garantir as nossas existências, os nossos direitos. Nossa comunidade precisa de representantes na luta política institucional. Esse momento é nosso e vamos estar onde se criam leis que são decisivas sobre as nossas vidas. Essa é a eleição de nossas vidas, uma das mais importantes da História do País!

“Me sinto preparada para ser deputada federal porque eu tenho uma trajetória política, antes mesmo de ser filiada ao PT.”

Como você espera que seja o Brasil em 2023?

Primeiramente, eu quero acordar no dia 1º de janeiro e me montar belíssima para a posse de Lula e para a minha posse como deputada federal. Mas como nem tudo é festa, eu espero que 2023 seja um ano de muitas lutas contra os desmontes que Bolsonaro promoveu: o desmonte na educação, dos direitos humanos, da saúde pública, dos direitos das pessoas que vivem do fruto de seu próprio trabalho. Na Câmara, vamos ter muito trabalho neste sentido, para devolver o Brasil, sequestrado por Bolsonaro, aos brasileiros. Eu espero também que em 2023, o povo brasileiro se veja livre desse clima bélico, violento e de tantos ataques, como os que sofremos desde o golpe parlamentar que tirou a Dilma da presidência.

“Eu sou uma bicha preta, nordestina, sou do Movimento Sem Terra (MST), sou uma artista LGBTQIA+, sou professora. Acredito que represento a diversidade do povo brasileiro.”

Qual seu maior sonho?

O meu sonho é que nós, o povo brasileiro, tenhamos autonomia e soberania, enquanto indivíduos e enquanto povo, sabe? Eu sonho em ver as pessoas livres para serem quem são, com cada um podendo escolher os seus caminhos, com acesso à Educação e à Cultura, a um trabalho digno, a uma moradia confortável e segura. Sonho com o dia em que nós, pessoas negras, LGBTQIA+ e demais minorias sociais, não vamos estar para trás daqueles que são historicamente privilegiados, para poder exercer todo o nosso potencial cidadão sem tantas barreiras que nos são impostas.

Esse momento é nosso e vamos estar onde se criam leis que são decisivas sobre as nossas vidas. Essa é a eleição de nossas vidas, uma das mais importantes da História do País!

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