Bem-vinde a revista online do @ezatamentchy!
Procurar

CRESCIDAS

Doc acompanha o desenvolvimento físico e emocional de crianças transgêneros ao longo de cinco anos

Por Eduardo de Assumpção*

“Transhood: Crescer Transgênero” (EUA, 2020), de Sharon Liese, mantém uma perspectiva bifocal astuta, capturando tanto a impaciência juvenil quanto o impacto nos pais enquanto acompanham o desenvolvimento físico e emocional de quatro crianças transgêneros ao longo de cinco anos.

Leia também:

“Other People” aborda a proximidade da morte sem ser emocionalmente manipulador

Fédro chega ao streaming explodindo a caretice com texto clássico de Platão

Na Vertical traz uma história de paixão arrogante e avanços imprudentes

A abordagem brilhante e humana do filme a um assunto de proeminência cada vez mais cotidiana não é apenas um trabalho de ativismo, a diretora observa francamente os obstáculos práticos e as mudanças psicológicas enfrentadas por seus quatro jovens e suas famílias. Às vezes com efeitos perturbadores.

O filme começa com Avery Jackson, uma garota trans pré-adolescente de cabelos arco-íris que se tornou uma espécie de símbolo para o movimento após sua aparição na capa da revista “National Geographic”, em 2017.

No entanto, à medida que o filme volta no tempo, para 2014, Avery, de 7 anos, parece mais segura de si mesma do que a maioria. Apoiada por seus pais, Debi e Tom, ela já está dando entrevistas de rádio confiante sobre sua identidade de gênero. Jay é apresentado como um menino trans de 12 anos começando a tomar bloqueadores hormonais, que mantém seu sexo de nascimento em segredo de todos.

Sua mãe, Bryce, ela mesma casada com outra mulher, oferece um amor empático e duro, enquanto teme que sua dissimulação seja uma “bomba-relógio”. Leena, de 15 anos, uma garota com projetos em uma carreira de modelo e cirurgia de resignação após o Ensino Médio, é mais estrategicamente seletiva com a verdade.

Seus pais, amigos e namorado a aceitam por quem ela é. Avery, Jay e Leena têm arcos claros, embora ocasionalmente desviados, em direção à autorrealização. Menos certo é o de Phoenix, de 4 anos, atribuído ao sexo masculino ao nascer, que ao longo do filme muda de um “menino” autodeclarado para se identificar como feminino ou masculino em diferentes estágios.

Didático, o filme também está inteligentemente sintonizado com mudanças sociopolíticas maiores para melhor e para pior.

Didático, o filme também está inteligentemente sintonizado com mudanças sociopolíticas maiores para melhor e para pior, pois observa o quanto pode mudar – em uma pessoa, em uma família, em um país – em cinco anos. As crianças, ao que parece, crescem muito mais rápido do que os adultos. Disponível na @hbomaxbr.

*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com

Instagram:@cinematografiaqueer

Twitter: @eduardoirib

Redação

Redação Ezatamentchy

1 Comments
  1. Igor

    09/06/2024 00:18

    Documetário válido pra entrender como a ideologia de gênero entra nas famílias.

Deixe um comentário