Luciana: a entrevistada fez crer que integrar a comunidade LGBTQIA+ é sinônimo de apoiar e cometer atos criminosos

Deputada Luciana Genro denuncia ao MP sargento que associou LGBTs à pedofilia

A deputada estadual Luciana Genro (PSOL), do Rio Grande do Sul, enviou ao Ministério Público uma notícia de fato a respeito das declarações LGBTfóbicas de Flávia Cristina Abreu, sargento aposentada Brigada Militar. No dia 11 de fevereiro, Flávia disse, no programa “Boa Tarde Brasil”, da Rádio Guaíba, que a população LGBT está associada à prática de pedofilia.

Leia também:

Deputada gaúcha Luciana Genro quer orientação sexual e identidade de gênero em Boletins de Ocorrência 

Rede Nacional de Pessoas Trans e Luciana Genro querem programa de empregos para trans e travestis no RS

Deputada capixaba quer punição para quem discriminar por orientação sexual ou identidade de gênero 

“O LGBTQIA+, envolve, para quem não sabe, o A+ envolve a pedofilia. Quando se diz LGBTQIA+, o A+ quer dizer esse tal de poliamor aí, que essa gente da esquerda prega, só que muitos não sabem”, disse a policial. A fala foi feita durante uma pergunta endereçada à ministra Damares Alves, que participava do programa.

A ativista travesti Natasha Ferreira, vereadora suplente do PSOL em Porto Alegre, também assina a representação enviada ao MP junto com Luciana Genro.

“Por meio de sua declaração, a entrevistada fez crer que integrar a comunidade LGBTQIA+ é sinônimo de apoiar e cometer atos criminosos, incitando, dessa forma, a opinião pública a acreditar que a população LGBTQIA+ não somente seria propensa a cometer o grave crime mencionado, como incentivaria condutas ligadas à pedofilia – ou seja, alimenta, com informações absolutamente falsas, discursos de ódio que geram preconceitos, reforçam estigmas e incitam a discriminação e práticas violentas”, disse a deputada na denúncia.

Alimenta, com informações absolutamente falsas, discursos de ódio que geram preconceitos, reforçam estigmas e incitam a discriminação e práticas violentas.

Luciana e Natasha consideram que, pelo teor de suas declarações, Flávia deve ser responsabilizada pelo crime de LGBTfobia – que, de acordo com decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), se enquadra nos marcos da Lei 7.716/89 como um crime inafiançável e imprescritível.

Elas solicitam ao MP que tome as providências cabíveis diante da denúncia enviada.