“Skincare” é vagamente baseado na celebridade visagista Dawn DaLuise

Por Eduardo de Assumpção*

“Skincare” (Itália/EUA, 2024) Uma esteticista de sucesso, Hope Goldman(Elizabeth Banks), encontra seu negócio em terrenos instáveis depois de investir tudo o que tem no lançamento de sua própria linha de cuidados com a pele. Ela está pronta para a ocasião quando um novo inquilino se muda para o complexo comercial, outro esteticista, Angel Vergara(Luis Gerardo Méndez), com seus próprios serviços inovadores de skincare.

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O filme, de Austin Peters, pode facilmente ser uma sátira de Hollywood. Hope Goldman enlouquece ao ser perseguida anonimamente. A cada passo, parece que alguém está empenhado em destruí-la pessoal e profissionalmente. E Hope assume que certamente deve ser Angel.

À medida que a história se desenrola, Peters astutamente mergulha no ambiente sofisticado de Hollywood, ao mesmo tempo em que coloca os pés no lado mais decadente da cidade. Uma variedade de personagens coadjuvantes preenche tudo, sendo a melhor uma subutilizada Michaela Jaé Rodriguez, como assistente e chefe de relações públicas de Hope.

A cada passo, parece que alguém está empenhado em destruí-la

Enquadrado como uma história fictícia inspirada em eventos reais, Skincare é vagamente baseado na celebridade visagista Dawn DaLuise. Em 2014, DaLuise foi presa injustamente e acusada de ordenar um golpe no concorrente Gabriel Suarez.

O diretor estreante em longas Austin Peters, conhecido por seu trabalho em videoclipes de Orville Peck, HAIM e Diplo, usa muito dessa influência, recheando as cenas de músicas POP e uma montagem ágil e em alguns momentos nervosa.

Jordan( Lewis Pullman) é o coach contratado por Hope para ajudar a resolver o mistério. Mas o personagem queer (que tem uma das melhores sequências do longa), pode guardar segredos embaixo de sua superfície asseada. Assim, o longa navega por batidas familiares de comédia sombria que o levam às margens do thriller.

Em seu tom satírico Skincare, nunca faz as coisas nunca parecerem muito esperançosas para o caráter difamado e a relevância de Hope. Banks tem um talento especial para interpretar uma figura charmosa, carismática, embora mordaz, mas também para mostrar rachaduras de desespero e paranoia. Hope Goldman é impiedosamente motivada, mas ainda muito vulnerável.

*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com
Instagram: @cinematografiaqueer
Twitter: @eduardoirib