“Every Body” é documentário envolvente sobre as lutas de pessoas intersexo

Por Eduardo de Assumpção*

“Every Body” (EUA, 2023) “Every Body” é um documentário emocionalmente envolvente e esclarecedor sobre uma questão de direitos humanos pouco debatida: as lutas de pessoas intersexo. A diretora Julie Cohen se concentra principalmente nas experiências de três pessoas, Alicia Roth Weigel, River Gallo e Sean Saifa Wall, que sincera e generosamente compartilham seus pensamentos e sentimentos.

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Alicia, Rover e Saifa têm fortes formações educacionais e são bem-sucedides em suas profissões escolhidas. Todes são intersexo, e foi um longo caminho chegarem a esse entendimento. O filme centra de todo o coração o trauma da cirurgia não consensual.

Durante décadas, crianças nascidas intersexo foram submetidas a mutilações na forma de procedimentos cirúrgicos realizados sob um profundo equívoco. Médicos e pais escolhem o sexo de um bebê nessas circunstâncias, e essas decisões permanecem envoltas em segredo. Mas esses bebês crescem em crianças cujos corpos lhes contam uma história, enquanto a comunidade médica conta outra.

Quando chegam à idade adulta, os personagens do filme descobrem mais sobre quem são e de onde vêm, e que não são uma anomalia. Mas as decisões sobre seus corpos já foram tomadas sem seu consentimento. ‘Every Body’ imagina o que esse tipo de ação pode fazer com a saúde mental de uma pessoa à medida que amadurece.

O binário está entranhado em nossa psique, mas nada é tão objetivo. Esse é o presente que o filme oferece ao seu público, servindo como ponto de partida para essa conversa e destacando as experiências de vários indivíduos enquanto navegam pela vida. As histórias de Alicia, River e Saifa são totalmente exploradas em ‘Every Body’.

Elus são corajoses e lutam para afetar a mudança. Todes se tornaram politicamente atives em desafiar noções ultrapassadas do que significa ser intersexo. Seu objetivo é simples: eliminar a cirurgia no nível infantil e permitir que pessoas intersexo recebam tratamento se optarem mais tarde na vida.

A lição mais preciosa de ‘Every Body’ são as palavras honestas dus três protagonistas e os ensinamentos que elus aprenderam ao se conectar com outras pessoas intersexo.

*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com

Instagram: @cinematografiaqueer

Twitter: @eduardoirib