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E ZAGA! 

Lafetah fala à Ezatamag sobre novo single, moralismo, fantasias, pornô e realização de desejos íntimos 

“Trazer inspiração e coragem para as pessoas através da minha música. Quero fazer com que elas se conectem com sua criança interior: um lugar dentro de si sem medo ou julgamentos.” Este é o maior sonho de Lafetah, que lança amanhã, dia 5, o clipe de “Zaga” – trazendo à tona uma discussão importante sobre pornografia, desejos e realizações. 

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“Zaga” é o 4º single do primeiro álbum de Lafetah, “O Bestiário”, e tem parceria com Mariana Cavanellas (ex- Rosa Neon) e participação do ator Victor Ferraz. São cenas de dar água na boca sim, mas que também despertam questionamentos. “Quando uma fantasia passa a ser um vício e interfere na realidade? O pornô prende ou alivia, inspira ou deturpa? Claro que cada pessoa terá uma resposta para cada uma dessas perguntas e torço para que meu clipe as ajude a encontrá-las”, explica o cantor. 

Consegui entrar em contato com o cerne da minha criatividade para fazer uma música que realmente me toca e inspira. Foi o que me motivou a continuar nesses últimos dois anos.

 

Lafetah aponta como influências do momento em sua vida Madonna, Pablo Picasso e Aldous Huxley e confessa: “não paro de ouvir o novo álbum da Pabllo Vittar”. Ele conta a seguir como pretende fazer de sua arte um instrumento de libertação, liberação e inspiração:  

“Sou de Belo Horizonte. E ser gay lá é um misto de amor e ódio. Amor porque provavelmente você já pegou todo mundo lá, e ódio por esse mesmo motivo. Mas nosso Carnaval segue imbatível. Me mudei pra São Paulo há mais ou menos um ano para seguir minha jornada na música e gravar meu primeiro álbum que sai ainda esse ano! 

Tive bastante tempo para repensar e reformular minha arte. Fiquei um período na casa da minha família e com bastante tempo para auto reflexão. Consegui entrar em contato com o cerne da minha criatividade para fazer uma música que realmente me toca e inspira. Foi o que me motivou a continuar nesses últimos dois anos.  

Acho que artistas precisam tentar contestar ou inovar, mesmo que um pouquinho, em tudo o que fazem pra abrir um diálogo na sociedade em que vivem. Eu por exemplo sempre gostei de me vestir e interpretar de uma forma bem teatral, desde pequeno, encarnando um vilão que nem nos filmes e desenhos animados que assistia. Sempre me identifiquei por serem transgressores, à margem da sociedade. 

A luta é difícil, mas lutar pelo que se acreditar, não tem preço.

Eu espero que minha arte faça as pessoas pensarem. Nem sempre concordando com o que digo, mas as desafiando a pensar fora da norma e a enxergar diferentes pontos de vista. Sempre gostei de discutir e debater com as pessoas, com meu trabalho sinto que faço isso em um nível mais elevado.  

Com ‘Zaga’ eu quis tocar num assunto que sempre me intrigou e que sempre quis abordar, por saber que também é algo que incomoda muita gente secretamente. Qual é o papel e a importância da pornografia na vida das pessoas na era da internet? Será que é necessariamente ruim como tanta gente insiste em dizer ou podemos ir além do moralismo? Quando uma fantasia passa a ser um vício e interfere na realidade? O pornô prende ou alivia, inspira ou deturpa? Claro que cada pessoa terá uma resposta para cada uma dessas perguntas e torço para que meu clipe as ajude a encontrá-las.  

Acho que estamos caminhando para um mundo de certa forma mais individual e individualista, para bem ou para mal; onde o grande mainstream vai ser dividido em vários nichos. Quantas celebridades gigantes da internet você descobre todos os dias das quais você nunca tinha ouvido falar antes? Acho que nós estamos criando nosso próprio universo ao redor e encontrando as pessoas certas e parecidas para orbitarem em torno dele. E com todas as pautas e questões sociais que a comunidade lgbtqia+ vem levantando, creio que seremos grandes protagonistas nessa mudança. E para quem está começando eu digo: vamos juntos! A luta é difícil, mas lutar pelo que se acreditar, não tem preço. 

1 Comments
  1. Anna

    04/08/2021 21:06

    Muito bem!! É isso, pensar fora da caixa, não ter medo de se mostrar

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