Vereador de SP quer CPI sobre crianças trans e inicia a campanha conservadora para a Câmara paulistana
Está dada a largada para a reeleição dos vereadores da Câmara Municipal de São Paulo (SP) em 2024, o que inicia também a enxurrada de projetos contra a pauta LGBT+. A mais nova empreitada dos políticos que usam o ataque à comunidade LGBT+ como palanque é uma investigação, invasão e falta de noção sobre crianças trans pacientes do Hospital das Clínicas (HC), na capital paulista.
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O vereador Rubinho Nunes (União Brasil) pediu na semana passada que seja aberta Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar como é feita a transição de gênero de crianças e adolescentes trans pelo HC, que é da renomada Universidade de São Paulo (USP) e um dos mais respeitados centros de Saúde em toda a América Latina. Ele já tem 23 das 19 assinaturas necessárias.
Se aprovada a criação da CPI, ela vai investigar se os 280 jovens e crianças que atualmente recebem o tratamento, que tem respaldo legal, sofrem maus tratos, se os profissionais de Saúde estão incorrendo em prática ilegal e se os diretores do HC estão agindo de forma correta. Os pais das crianças e dos jovens também serão ouvidas em caso de aprovação da Comissão.
O vereador afirmou que “quanto aos médicos e estudantes de Medicina que realizam este ‘tratamento’ em crianças, caso apurada a ilegalidade da prática os profissionais podem vir a perder a licença para exercer a profissão e, ainda, serem penalizados na forma da lei”.
Os fatos: crianças fazem apenas acompanhamento psicológico no HC, é somente na puberdade que elas passam por bloqueio hormonal. Somente na adolescência elas recebem hormônios do gênero com que se identificam. Se houver necessidade de operação para colocação de implantes ou readequação da genitália, ela só ocorrerá na fase adulta.
O Hospital das Clínicas afirma que todos os procedimentos feitos com as pessoas trans são legais, seguem protocolos previstos no Sistema Único de Saúde (SUS) do Ministério da Saúde e recomendações do Conselho Federal de Medicina (CFM).