Eleições 2024 registram recorde histórico de candidaturas LGBTQIA+ eleitas no Brasil
As Eleições Municipais de 2024 marcaram um avanço expressivo na representatividade LGBTQIA+ na política brasileira. De acordo com levantamento da ONG VoteLGBT, 225 pessoas que se identificam como LGBTQIA+ conquistaram cargos eletivos em todo o país, incluindo três prefeituras. Esse número representa um aumento de 130% em relação às eleições de 2020, evidenciando o crescimento da presença de minorias sexuais e de gênero nas esferas de poder municipal.
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Entre os eleitos, destacam-se 26 pessoas trans, incluindo Amanda Paschoal (PSOL), que se tornou a quinta vereadora mais votada na cidade de São Paulo. A conquista de Paschoal é significativa, especialmente em uma capital com forte histórico de disputas eleitorais acirradas e uma diversidade de candidatos.
Os municípios de Alpinópolis (MG) e Santa Bárbara do Tegúrio (MG) também registraram avanços importantes, elegendo prefeitos que se identificam como gays. Já em Bonito (BA), a cidade será comandada por um homem cisgênero assexual, reforçando a diversidade de orientações sexuais representadas nos governos municipais.
Esse número representa um aumento de 130% em relação às eleições de 2020, evidenciando o crescimento da presença de minorias sexuais e de gênero nas esferas de poder municipal.
O levantamento da ONG VoteLGBT, que foi realizado em conjunto com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), revela que as candidaturas LGBTQIA+ eleitas estão distribuídas em 190 municípios de 22 estados brasileiros. Dentre essas, 28 pessoas foram eleitas nas capitais, sendo 22 mulheres. O destaque para a presença feminina é ainda maior quando analisamos o recorte racial: das 28 mulheres LGBTQIA+ eleitas, 15 são negras. No total, 17 pessoas LGBTQIA+ eleitas se identificam como negras, reafirmando a importância da interseccionalidade na política.
Em termos partidários, o Partido dos Trabalhadores (PT), o Partido Social Democrático (PSD) e o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) concentram a maior parte das candidaturas LGBTQIA+ eleitas. O PT lidera com 61 eleitos, seguido pelo PSD com 26 e o PSOL com 18. Esses partidos, historicamente associados a pautas progressistas, reforçaram o apoio a candidatos que defendem políticas de inclusão e igualdade de direitos para a comunidade LGBTQIA+.