Ella De Vuono explode cores para unir técnica, boa música e representatividade em apresentações deliciosas
Quem vai para o Rock in Rio (RJ) em setembro tem compromisso marcadíssimo com a imperdível apresentação da DJ Ella De Vuono, que toca no dia 11/09 (domingo). A data é especial para o festival: pela primeira vez, num dia, leva apenas mulheres ao palco, como Dua Lipa, Ludmilla, Macy Gray, Ivete Sangalo e mais.
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O convite para participar do festival foi resultado de um esforço ativo. “Eu fui atrás disso, faz muitos anos que estou na cena eletrônica nacional e, por mais que todas as agências me conheçam, até hoje ninguém mostrou interesse em me contratar. Cansei de esperar e bati na porta do Rock in Rio, apresentei meu trabalho e mandei a real. E não é que funcionou?”
A apresentação será recheada de músicas autorais, umas ainda inéditas, clássicos (como Inner City, Blac Box, Octave One), além de lançamentos de outros nomes que Ella admira.
Nelson D., artista indígena, chega junto para embalar o público com “Nosso Espaço”, composição de ambos, nunca gravada até então, e que deve sair em novembro. A participação de Nelson D. será virtual e projetada em telão pela VJ Carol Santana, responsável por toda parte visual.
É de extrema importância termos esses corpos que, infelizmente ainda são muito marginalizados, ocupando um dos principais palcos de um dos maiores festivais de música no mundo.
Aretha Saddick, atriz e artista plástica negra e trans, fará performances durante o show. “É essencial ter artistas pretos nos palcos da dance music, afinal, essa cultura, o house e o techno são pretos. Além disso, ela também representa a comunidade trans e é de extrema importância termos esses corpos que, infelizmente ainda são muito marginalizados, ocupando um dos principais palcos de um dos maiores festivais de música no mundo”.
Na equipe, a diversidade também é realizada, tanto em gênero, como cor e sexualidade. Ella De Vuono se considera uma drag sapatão e promete militar pelos direitos da comunidade LGBTQIA+ e de outras ditas minorias. Sua carreira, conta, já deu uma guinada desde que foi anunciada no festival.
“Confesso que estou atordoada com tudo isso, pois nunca cheguei nem perto de tocar em um lugar tão enorme desses. Quero agarrar essa oportunidade e mostrar todo o meu diferencial em técnica, repertório, visual, ousadia. Estou dedicando toda minha energia nisso, ainda mais com o plus de saber que 50 minutos do meu show serão televisionados.”
É essencial ter artistas pretos nos palcos da dance music, afinal, essa cultura, o house e o techno são pretos.
A fofa é destemida e está mais do que pronta para tudo isso porque “essa é minha vida, eu nasci para esse momento e, por mais que o mercado tente fechar os olhos para o meu potencial, eu dou um jeito, vou de forma independente e mostro a que vim. Uma hora ou outra vão ter que me aceitar, pois eu sei que o público gosta, só preciso de mais visibilidade e acredito que agora é a grande oportunidade de mostrar a potência do meu trabalho”.
Como forma de agradecimento às gerações anteriores de DJs mulheres brasileiras, a artista criou uma lista minuciosa com o nome de cada, que contou com o auxílio luxuoso de Claudia Assef e Camilo Rocha, e que pretende anunciar na sua apresentação.
Ela, Ella
A artista é DJ e produtora e acumula 17 anos de experiência na discotecagem e 10 na produção musical – vencedora de 2 campeonatos nacionais de DJs (Desafio DJ Brasil 2012 e Burn DJ Residency 2019), a primeira mulher a compor o casting de uma das festas mais famosas e conceituadas de São Paulo, a Carlos Capslock. Ella é ainda a cabeça por trás da label Diversall Music.
Entre os palcos que já tocou estão Universo Paralello, Warung, Levels POA, Caos Campinas, Club Vibe e muitos outros, além de participar de painéis e workshops nas principais conferências de música eletrônica do Brasil, como o BRMC (Brazil Music Conference), WME Conference e AIMEC DJ Week.
Suas principais características incluem a habilidade de se destacar: com seus quatro decks ou deslizando a mão pelos toca-discos, ficou conhecida por aliar repertório, feeling e técnica avançada em suas apresentações, usando 4 equipamentos simultaneamente, scratchs, cuts e combos de efeito.
Sua performance é expressiva e versátil, acompanhada de pinturas corporais cheias de recados, tracks carregadas de mensagens questionadoras, aplicação de back spinnings e acapellas, além da icônica discotecagem em vinil, transitando entre House, Disco, Techno, Breakbeat, Synth Pop, Electro e pelo o que mais estiver afim de tocar. São esses os detalhes que traduzem a identidade Ella De Vuono.
Fotos: Recreio Clubber
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