Atualização no manual da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias reforça transfobia

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (SUD) atualizou seu manual com novas políticas que limitam o envolvimento de membros trans e reforçam a posição da instituição sobre identidade de gênero. O manual, preparado sob a direção da Primeira Presidência e do Quórum dos Doze Apóstolos, orienta líderes locais a adotar uma abordagem centrada em Cristo, respeitando a diversidade global de fé.

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Entre as mudanças, a Igreja afirma que o gênero é baseado no sexo biológico ao nascimento e desencoraja transições cirúrgicas, médicas ou sociais. Pessoas trans que optarem por essas transições enfrentarão restrições dentro da Igreja, como a impossibilidade de receber ou exercer o sacerdócio e a limitação em participar de certas cerimônias e atividades.

O manual define o gênero como uma característica essencial no plano de felicidade do Pai Celestial, afirmando que a identidade de gênero deve corresponder ao sexo biológico da pessoa ao nascer. Além disso, a Igreja orienta que líderes não devem buscar aconselhamento para transições, alegando que essas ações resultam em restrições de filiação e participação.

O documento ainda encoraja membros que enfrentam disforia de gênero a buscar orientação com seus bispos.

Apesar dessas restrições, o manual também menciona que pessoas trans e travestis que não buscam transição podem desfrutar de todos os privilégios de membros da Igreja, desde que sigam os mandamentos de Deus.

Além das políticas relacionadas a transgêneros, o manual reforça que lésbicas, gays e bissexuais devem ser tratados com sensibilidade, amor e respeito. Embora a Igreja não tome posição sobre as causas da atração pelo mesmo sexo, ela afirma que esses sentimentos não são pecaminosos, mas atos homossexuais são proibidos. Membros que se mantêm fiéis aos mandamentos, independentemente de sua orientação sexual, podem participar plenamente das atividades e cerimônias da Igreja.