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FAMÍLIA TRANSDICIONAL BRASILEIRA

Léo Medeiros é noivo da Selma e pai da Kylie. Eles formam uma linda família trans que se apoia contra o preconceito

O processo de transição de uma pessoa costuma ser complicado e cheio de obstáculos, mas fica muito melhor quando ela conta com o apoio da família, tem aquela essencial segurança dentro de casa para buscar seu sonho e se tornar quem sente que realmente é. O que dizer então da família do pisciano de 36 anos Leonardo Medeiros?

Ele, a noiva, Selma, e a filha, Kylie, são pessoas trans, formando um time imbatível contra o preconceito, uma verdadeira rede caseira de apoio onde todes entendem o que o outre está passando. Os desafios continuam os mesmos existentes nos processos de transição de outras pessoas, mas aqui nesta casa tem a compreensão, a empatia e principalmente o amor – que supera tudo e deixa a vida mais leve, iluminada e segura.

Léo e Kylie, de pai para filha

Com essa segurança dentro de casa, o designer gráfico Léo tem consciência de que isso não ocorre com todes, por isso usa as redes sociais e está sempre na mídia para transmitir uma mensagem de aceitação, de luta contra a transfobia e de que a felicidade de cada um está no caminho escolhido, traçado com passos fortes, de mãos dadas com quem se ama, com quem te ama.

Ele conta à Ezatamag que seu processo começou há cerca de 10 anos e ainda não terminou. Neste caminho, Selma e Kylie também seguiram suas transições, duas companheiras de luta que usam abraços e amor para derrubar o exército intolerante e preconceituoso que se coloca à frente das pessoas trans.

Com certeza apoio familiar é importante. Por isso hoje tento dar todo o suporte para a minha filha

No depoimento abaixo ele conta, todo orgulhoso, um pouco de como tem sido esse caminhar de uma família transdicional brasileira, que mora em Florianópolis e ainda precisa enfrentar uma cidade não tão simpática ao diferente.

“Sou pai da Kylie, que tem 17 anos e é uma menina trans, e noivo da Selma, que também é trans. O índice de violência contra mulheres trans em Florianópolis é alto. A cidade não é segura para LGBTs. Aqui a comunidade tenta mudar esse cenário com palestras, rodas de conversa na Universidade e em busca de leis que nos protejam.

Eu tenho uma idade onde comecei a tomar decisões que eu precisava para mim: foi aos 27 anos. O processo está em andamento, pois é uma reestruturação física e psicológica. Não é fácil e não há prazo para findar, pois é relacionada a sentimentos e desconstruções sociais.

O maior desafio foi olhar para mim e descobrir que eu não era quem eu pensava ser. A desconstrução inicial foi muito árdua, hoje lido com mais sabedoria, conhecimento e aceitação. Não há obstáculo que não possa ser enfrentado. Eu sigo como a água: ela sempre achará jeito de seguir o seu curso.

Não há obstáculo que não possa ser enfrentado. Eu sigo como a água: ela sempre achará jeito de seguir o seu curso

Com certeza apoio familiar é importante. Por isso hoje tento dar todo o suporte para a minha filha. Mas bah! Temos muito que dar a cara a tapa para que a sociedade nos enxergue como somos. Para isso que temos que ocupar espaços de fala e mostrar que tudo é normal.

As redes sociais são hoje os veículos mais rápidos para disseminar uma ideia. Eu as uso constantemente. São ferramentas essenciais para quem quer expor seus conteúdos e agregar conhecimento na vida das pessoas.

O meu sonho é ter capacidade suficiente de continuar ajudando as pessoas a se empoderarem.”

Instagram @leonardo.mdrs

2 Comments
  1. Leonardo Medeiros

    25/03/2020 13:16

    Tá linda a matéria, muito obrigado! <3

  2. Alessandra pachetis

    25/03/2020 21:54

    Amei😍😍😍😍🙏

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