Amigas lésbicas começam um clube de luta só de mulheres no filme “Bottoms”
Por Eduardo de Assumpção*
“Bottoms” (EUA, 2023) O filme é uma comédia, com muitas referências oitentistas, ocasionalmente sangrenta que fica alegremente absurda numa história sobre duas melhores amigas lésbicas que começam um clube de luta só de mulheres em sua escola.
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Dirigido e co-escrito por Emma Seligman, o longa é uma bagunça da melhor maneira possível. O primeiro longa de Seligman, ‘Shiva Baby’, foi uma série de eventos tensos, mas hilários, que se desenrolaram ao longo de uma shiva. O filme acompanha as melhores amigas PJ (Rachel Sennott) e Josie (Ayo Edebiri), ambas virgens, estudantes do último ano da Rockridge Falls High School.
Suas fantasias são perder a virgindade para as cheerleaders, que são suas maiores crushes. Elas iniciam um clube de luta feminino com a esperança de que isso as leve a perder a virgindade com as líderes de torcida Isabel (Havana Rose Liu) e Brittany (Kaia Gerber). Elas acabam empoderando várias de suas colegas mais marginalizadas para se defenderem contra a tirania misógina dos heróis do futebol da escola, liderados por Jeff(Nicholas Galitzine, de ‘Vermelho, Branco e Sangue Azul’).
PJ é mandona e desagradável, mas também é hilária e uma amiga geralmente leal. Josie é mais sensível e ponderada, mas também é muito insegura e atormentada por dúvidas sobre si mesma. Nas conversas sobre a perda da virgindade, PJ está confiante de que isso acontecerá com ela antes de se formar no ensino médio.
O enredo de ‘Bottoms’ é bastante simples, com homenagens às comédias dos anos 1980 para todo lado. No entanto, os diálogos ágeis do filme e a ótima química cômica entre o elenco (especialmente entre Sennott e Edibiri) definitivamente não são previsíveis e fazem o filme brilhar. No final, ‘Bottoms’ é sobre solidariedade feminina tanto quanto é sobre meninas querendo transar com suas rivais escolares.
O filme exalta o absurdo e a loucura, mas nunca perde o humor mordaz e espirituoso que provavelmente definirá a carreira de Seligman.
*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com
Instagram: @cinematografiaqueer
Twitter: @eduardoirib