Clássico de Shakespeare, “Rei Lear” ganha versão drag queen em São Paulo
“Rei Lear” é um dos maiores clássicos do Teatro mundial e uma das várias obras-primas do dramaturgo William Shakespeare, em 1605. Mas, em 2024, a obra continua muito mais do que atual e ganha em São Paulo (SP) uma versão feita por drag queens! “Rei Lear” drag já está com ingressos à venda e estreia em 26 de julho, com temporada até 25 de agosto, no Teatro Anchieta. É uma homenagem à arte drag queen feita pela Cia. Extemporânea. As sessões dos dias 9 e 10 de agosto contarão com acessibilidade em libras.
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A trama da tragédia pode ser resumida assim: Lear, o idoso rei da Bretanha, decide dividir o reino entre suas três filhas: Goneril (esposa do duque de Albany); Regan (esposa do duque da Cornualha); e a favorita Cordélia (que tinha por pretendentes o rei da França e o duque da Borgonha).
Para calcular a partilha, pede às filhas que expressem a gratidão e o amor que sentem pelo pai. Goneril e Regan fazem discursos aduladores, em que afirmam que o amam mais que qualquer coisa no mundo. Cordélia, por outro lado, contraria as expectativas do rei e afirma que o ama “como corresponde a uma filha, nada mais, nada menos”.
Irritado com essa resposta, Lear deserda-a e expulsa-a do reino, entregue sem dote ao rei da França. O duque de Kent intercede por Cordélia e também termina banido. Kent, entretanto, em vez de partir para o exílio, retorna ao reino disfarçado de Caio e põe-se ao serviço de Lear, quando este se encontrava na corte de Goneril.
O espetáculo tem direção de Ines Bushatsky e reúne em cena as queens Alexia Twister, Antonia Pethit, DaCota Monteiro, Ginger Moon, Lilith Prexeva, Maldita Hammer, Mercedez Vulcão, Thelores e Xaniqua Laquisha. As sessões serão às sextas e sábados, às 20h; e domingos, às 18h. O Teatro Anchieta fica no Sesc Consolação, na Rua Dr. Vila Nova, 245 – Vila Buarque, São Paulo – SP.
Como conta a diretora Ines Bushatsky, “quem está em cena é aquilo que, ao longo do processo, chamamos de ‘a drag total’. Para além da comicidade em que já estamos habituados a vê-la, é a drag nesse registro trágico. Vamos do cômico ao trágico, do performático ao teatrão, às vezes dentro de uma mesma cena”.