Rede Nacional de Pessoas Trans e Luciana Genro querem programa de empregos para trans e travestis no RS

A empregabilidade de pessoas trans e travestis no Estado do Rio Grande do Sul pode avançar um grande passo com a deputada estadual Luciana Genro (PSol). Ela será autora de um projeto de lei para levar às gaúches o programa Oportunizar – Ação Nacional de Formação e Empregabilidade a Pessoas Trans.

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Aliada histórica LGBT, Luciana se reuniu na segunda-feira (8) com a presidenta nacional da Rede Nacional de Pessoas Trans, Tathiane Araújo, a presidenta da ONG Igualdade – RS, Marcelly Malta, e a coordenadora do projeto Oportunizar em Porto Alegre, Ana Paula Sander. O encontro também foi acompanhado pela assessora da deputada, Natasha Ferreira, primeira assessora parlamentar transexual na Assembleia Legislativa e vereadora suplente do Psol em Porto Alegre.

Elas apresentaram à deputada o programa Oportunizar e convidaram Luciana Genro a ser a proponente do projeto. Adeputada prontamente se comprometeu com a proposta. “Contem comigo para enviar esse projeto à Assembleia. Sabemos que as pessoas transexuais são as mais estigmatizadas dentro da sigla LGBT e isso se reflete na falta de oportunidades de empregos.”

Sabemos que as pessoas transexuais são as mais estigmatizadas dentro da sigla LGBT e isso se reflete na falta de oportunidades de empregos.

Segundo dados da Rede Trans Brasil, de 2017 a 2020, em média 82% das mulheres trans e travestis sobreviviam exclusivamente do trabalho sexual. Nos workshops recentes da entidade, foi pensada uma articulação nacional para abordar o tema e pensar alternativas para incluir as pessoas trans no mercado de trabalho formal. O projeto Oportunizar se configurou a partir daí como uma iniciativa de promoção de ações de formação e empregabilidade, através da capacitação e fortalecimento do trabalho para lideranças trans.

A ideia é que se estabeleça uma rede de parcerias que disponibilizem vagas de emprego e formação para pessoas trans. “Muitas vezes, as pessoas transexuais não conseguem nem concluir os estudos. Por isso, além da questão do mercado de trabalho, também queremos garantir parcerias para viabilizar bolsas de estudos para essa população”, colocou Ana Paula.

A violência é o ponto final de um processo todo, que está ligado à exclusão do mercado de trabalho.

Tathiane, que é de Sergipe e está no Rio Grande do Sul justamente para dialogar com lideranças políticas sobre a iniciativa, apontou que a proposta seria semelhante ao projeto Transcidadania, que já existe em São Paulo. “A violência é o ponto final de um processo todo, que está ligado à exclusão do mercado de trabalho. Estamos propondo a implantação do programa em diversas cidades e estados, e sabemos que a Luciana é aliada histórica da causa LGBT.”

No Pará, a Rede Trans já se reuniu com a deputada federal do PSol Vivi Reis, que é bissexual. Luciana também sugeriu uma articulação em Porto Alegre com a bancada do PSol na Câmara de Vereadores, destacando que Roberto Robaina foi quem garantiu as verbas para a construção do ambulatório trans da cidade, para que o programa seja implementado também no âmbito municipal.