GORDA E PLENA

Miss Plus Size espalha autoestima e ensina amor-próprio para que todas se amem como são

“Se eu fosse esperar ter as pernas lisas, o braço fino, o peito redondo e tudo que me disseram que uma mulher deveria ter para ser feliz… Até hoje eu só teria esperado e não teria vivido um dia sequer. Até quando você vai esperar? E se o tal ‘corpo de verão’ nunca chegar, quantos verões você vai guardar na caixinha do ‘poderia ter sido’?”.

Esta é apenas uma das várias mensagens cheias de força e autoestima que Suellen Stephany posta em seu perfil no Instagram (@ulisuellen), onde sustenta orgulhosamente o título de “Gorda e Plena”. Empodera outras mulheres que não têm o corpo que o padrão capa de revista dita, cria uma necessária rede de apoio que alcança muitas com a capilaridade da internet e motiva todas a serem felizes com as curvas que têm.

Uma belíssima ariana de 28 anos que atualmente carrega a coroa de Miss Plus Size Brasília e quer continuar a ter voz para quebrar estereótipos e mudar a imagem das mulheres gordas predominantemente ligada ao humor. “Precisamos nos ver em algum lugar, nos ver como mulheres, empresárias e modelos, pessoas com vida normal, e não aquele estereótipo de gordo que se mostra nos raros momentos em que nos colocam na TV”, conta ela na entrevista abaixo:

Como foi o caminho até ser eleita miss? O que isso representou para você?

Fui convidada para representar a minha cidade. Foi um desafio enorme, porque nunca imaginei que com a minha altura e peso eu pudesse representar uma cidade, ainda mais em um concurso de miss. Mudou muitas coisas. Principalmente minha autoestima, minha vida particular também mudou muito, os amigos e todas as outras pessoas começaram a conversar mais comigo. Também aqueles que tinham baixa autoestima se aproximaram para saber mais sobre esse mundo, queriam saber como eram os eventos.

Foi um desafio enorme, porque nunca imaginei que com a minha altura e peso eu pudesse representar uma cidade, ainda mais em um concurso de miss. Mudou muitas coisas. Principalmente minha autoestima.

Como foi essa construção de amor próprio até você hoje ser feliz, se aceitar e levantar essa bandeira?

Aceitar o próprio reflexo diante do espelho é, para muitas pessoas gordas, um processo difícil e cheio de desafios. Eu me desafiei, soltei meu cabelo, comecei a usar roupas alegres, porque só usava o preto. Costumo dizer que tirei o luto da minha autoestima e dei cor a ele.

Quais são os principais desafios na luta contra a gordofobia?

Os desafios são que precisamos nos ver em algum lugar, nos ver como mulheres, empresárias e modelos, pessoas com vida normal, e não aquele estereótipo de gordo que se mostra nos raros momentos em que nos colocam na TV. Os comportamentos de nós mulheres gordas sempre são retratados como os de comedoras compulsivas, carentes, medrosas. Ou simplesmente a amiga gorda que faz piada com seu próprio corpo e acha normal ser ridicularizada. Não faço apologia à obesidade, e sim à felicidade.

Qual o papel das redes sociais nessa construção?Eu uso as redes sociais para encorajar as pessoas com baixa autoestima e mostrar a elas que está tudo bem ser fora dos “padrões” somos lindas do nosso jeitinho.

O que você poderia dizer de mais importante para quem tem dificuldade de se aceitar, de amar seu corpo?

Sua beleza vai além da sua aparência física, mas se aceitar é muito importante. Valorize cada detalhe único em você e aceite seu corpo como ele é.

Quais seus planos para o futuro?

Sempre bom manter planos para o futuro, no momento estou focando em construir uma família e fazer faculdade de Farmácia ou Fotografia.