Grande ABC começa a discutir ações conjuntas em favor da população LGBT+

O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC reuniu no dia 16 o movimento social regional e gestores públicos para definir, de forma conjunta, uma perspectiva de construção participativa do Plano Regional de Políticas Públicas LGBTQIA+ do Grande ABC. Iniciativa do Grupo de Trabalho (GT) LGBTQIA+ do Consórcio ABC, o plano será elaborado conforme os seguintes eixos: Educação, Assistência, Inclusão Social e Direitos Humanos, Saúde, Trabalho, Renda e Geração de Emprego, Cultura, Esporte e Lazer, Segurança Pública e Habitação.

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O objetivo é nortear as ações governamentais de acordo com as reais necessidades da população LGBT+. Para isso, o processo está aberto a sugestões de propostas da sociedade civil. As contribuições serão avaliadas e aprovadas em evento presencial aberto ao público. Coordenador do GT LGBTQIA+, Robson de Carvalho, ressaltou a importância de reconhecer a necessidade da construção e existência de políticas públicas direcionadas a determinados grupos discriminados sociopolítica e economicamente.

Para ele, “as populações de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, queers, intersexuais, assexuais, dentre outras precisam ter sua visibilidade ampliada para poderem evidenciar suas particularidades e necessidades, rompendo com tabus e preconceitos que, ainda hoje, estão presentes em nosso cotidiano. Esse aspecto dialoga com a necessidade de visibilidade e com as vulnerabilidades que assolam a nossa comunidade”, afirmou.

Robson: necessidade de visibilidade e com as vulnerabilidades que assolam a nossa comunidade.

Por isso, defendeu, o Plano Regional pode apontar diretrizes que possibilitem a atenuação dessas vulnerabilidades e apontar ações podem se tornar políticas sociais se consistirem em ações temporárias ou permanentes para assegurar o direito de cidadania. “Reduzir as desigualdades sociais é uma das prioridades do GT e acreditamos que com a participação coletiva possamos avançar por uma política inclusiva e assim garantir o acesso da população a serviços de qualidade, com equidade e respeito”, explicou.

A consulta pública ficará disponível até 16 de fevereiro de 2024. ntroduzir a temática. Abrindo os trabalhos, “O que é um plano de políticas públicas e o que se deseja com ele” foi ministrado por Sidney Jard da Silva, professor titular do Bacharelado em Políticas Públicas (BPP) pelo Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do ABC (CECS/UFABC).

Acreditamos que com a participação coletiva possamos avançar por uma política inclusiva e assim garantir o acesso da população.

O tema seguinte foi “O papel da gestão pública na construção de políticas públicas LGBTQIA+”, apresentado por André Luzzi, executivo público do Governo do Estado de São Paulo. O tema “O papel dos movimentos sociais organizados e não organizados na construção de políticas públicas LGBTQIA+” foi abordado por Neon Cunha, ativista da causa LBGTQIA+ e mulher negra, ameríndia e transgênera, que atualmente milita na Marcha das Mulheres Negras.

O encontro contou ainda com a mostra “Visibilidade Trans: Muito Além do Gênero”, exposta no saguão da sede da entidade regional.