Governador de MT trava batalha contra deputado para criar o Conselho Estadual LGBT

Membro da igreja Assembleia de Deus, o deputado estadual de Mato Grosso Sebastião Rezende (PSC) quer barrar novamente a criação de um Conselho Estadual LGBT. Em 2015, o parlamentar conseguiu impedir que o Estado tivesse um órgão colegiado voltado a elaborar políticas públicas para nossa população e agora volta a agir para arquivar projeto de lei (862/2021) encaminhado pelo Poder Executivo.

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No projeto apresentado ao Legislativo, o Governo afirma que o crime motivado por homofobia classifica o Brasil como o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo, tendo por motivação a orientação sexual e a identidade de gênero da vítima.

Governador lembra que o Estado é laico

“O Estado de Mato Grosso já figurou, entre os anos de 2013 e 2014, como o segundo Estado mais violento para mulheres, LGBT e pessoas negras. Nos últimos seis anos, de 2015 a 2020, segundo dados do Grupo Estadual de Combate aos Crimes de Homofobia da Sesp, ocorreram 107 homicídios de pessoas LGBT no estado”, diz trecho da matéria.

O governador Mauro Mendes (DEM) saiu em defesa do projeto. O governador lembrou que, por mais que alguns políticos sejam “sensíveis” a respeito do tema, o Estado é laico e deve atender a todos.

O Estado de Mato Grosso já figurou, entre os anos de 2013 e 2014, como o segundo Estado mais violento para mulheres, LGBT e pessoas negras.

“Temos pessoas diferentes e todas elas merecem o respeito do Estado. O Estado tem que cuidar de todas as pessoas, independente da sua opção religiosa, orientação sexual, ou de algum outro padrão de comportamento que elas possam ter. O Estado é laico, ele tem que ter políticas públicas para todos os setores e todos os cidadãos agrupados de alguma forma”, disse.

Popular

Mato Grosso tem o Conselho Estadual Popular LGBTI+ , de iniciativa popular criado em 2020. A extinção do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (CNCD/LGBT), pelo governo Bolsonaro, se deu  em abril de 2019.

”Diante de tal violência, se fez necessária a criação do Conselho Nacional Popular LGBTI+, em 28 de junho de 2020, com a missão de construir um projeto popular amplo e democrático para fomentar políticas públicas e sociais voltadas a atender a população LGBTI+, em toda sua pluralidade e diversidade, além de contribuir na difusão dos direitos humanos, entendendo estes como espaços de lutas e disputas de narrativas, que propiciem o empoderamento de todas as identidades LGBTI”, explica o Conselho.