Com concepção e curadoria de Estevão Delgado, o Show Pride – no singular mesmo, porque foi uma comunhão de talentos – uniu os artistes poderoses com representatividade LGBT+
Trio da Smirnoff é palco de promessa uníssona de um futuro mais representativo e cheio de talentos LGBT+
A 26ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo no domingo, 19, trouxe a promessa de novos tempos, apesar dos perigos, e contou com trilha sonora adequadíssima para isso com o trio da Smirnoff reunindo, em um só palco, Danna Lisboa, Filipe Catto, Lafetah, Oxa, Piettro, Romero Ferro e WD (com a presença vip de Gil do Vigor). O projeto foi cocriado e produzido pela agência Suba, por meio das verticais Suba+ (Diversidade) e Suba MSK (Música).
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Com concepção e curadoria de Estêvão Delgado, o Show Pride – no singular mesmo, porque foi uma comunhão de talentos – uniu os artistes poderoses com representatividade LGBT+, diversão e discursos necessários sobre a importância do evento, das vozes. Foram no trio da Smirnoff algumas delas, resumindo um pouco do tom que tem o futuro.
Ele brilha em uma promessa uníssona que logo de início, com a participação de todes os artistes, resgatou o sucesso “O Tempo Não Para”. Porque é para frente que se anda depois de dois anos de pandemia, que se leva o trio e se arrasta a multidão de cerca de três milhões de pessoas na Avenida Paulista.
O casting foi desenhado para ser multifacetado e representativo. Garantiu um repertório e apresentações épicas, unindo vários estilos musicais, hits nacionais e internacionais, além de músicas autorais.
Uma produção preparada para gente que militou e se divertiu ao som de “É o Poder” e “Rainha da Favela” na voz de Danna Lisboa, travesti preta, multiartista paulistana: drag, dançarina, atriz, cantora e compositora. Ela mostrou que sabe ressignificar sua história através da arte.
O cantor e compositor mineiro Lafetah brindou todes com um remember de “What a Feeling”, em ritmo de Flashdance. A cantora e compositora trans não binária, diva e musa Filipe Catto entrou “Como Uma Deusa” e garantiu ainda “Sweet Dreams”.
Com sua autoral “Eu Sou”, WD, destaque no “The Voice”, brilhou e jogou as tranças históricas, pesadas de um passado que exige um novo futuro ao som do sucesso que ficou um mês no top Spotify Virais.
Esse futuro é livre de rótulos como a super bailarina e cantora Oxa, que não economizou no corpo e no talento com “Born This Way”, mostrando os motivos que a fizeram brilhar no “The Voice” alemão. E teve ainda o cantor e compositor pernambucano Romero Ferro puxando Gil do Vigor para a representativa “Frevo Mulher”.
O hino não-oficial brasileiro “Brasil”, do visionário Cazuza, ficou por conta do cantor pansexual Piettro. Depois de ter roubado a cena no reality “Canta Comigo”, ele devolveu para o público um grito eletrizante lembrando que é hora de mostrar a sua cara.