A morte de Alain Delon e as referências homoeróticas
Alain Delon morreu aos 88 anos em 18 de agosto de 2024 em sua casa em Douchy. A notícia foi dada através de um comunicado da família. “Alain Fabien, Anouchka, Anthony, assim como (seu cachorro) Loubo, têm a imensa tristeza de anunciar a partida de seu pai. Ele faleceu pacificamente em sua casa em Douchy, cercado por seus três filhos e sua família. A família dele pede que você respeite sua privacidade, neste momento de luto extremamente doloroso”, escreveram os filhos de Alain Delon.
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Em uma época onde não existia o termo LGBTQIA+, onde ser homossexual era “pecado”, contra a lei e motivo para morrer, Delon povoou o imaginário de muitos gays, de tantos meninos sexualmente confusos (pela falta de informação), que a gente precisa destacar esse boy maravilhoso. Uma das atuações mais legais e marcantes foi no clássico “O Leopardo”, onde fazia par com a deusa Claudia Cardinale – ícone para as artistas trans da época, inspiração de muitas personalidades.
Eles são Tancredi Falconeri e Angelica Sedara, vivendo um amor em tempos de mudanças significativas – quando a Itália começa a se unificar e a república é a única realidade. Disponível na Mubi, o filme tem direção do milanês Luchino Visconti (1906–1976), recria a atmosfera vivida nos palácios da aristocracia durante o conturbado reinado de Francisco II das Duas Sicílias e o Risorgimento — longo processo de unificação dos Estados autônomos que originaram o Reino de Itália, em 1870.
O cenário político italiano é reconstituído com o intuito de interferir em dilemas dos personagens ficcionais. Trata-se de uma adaptação do romance homônimo de Giuseppe Tomasi di Lampedusa (1896–1957), publicado postumamente, que usa a queda da monarquia de Bourbon no Reino das Duas Sicílias e sua anexação ao então Reino da Sardenha, governado pela dinastia Saboia.
Vencedor da Palma de Ouro do Cannes Film Festival de 1963, o longa é uma aula de planos de filmagem e de consciência social.