ESPECIAL ELEIÇÕES: Arquiteta Mari Valentim quer derrubar as paredes do preconceito e ser a primeira deputada federal trans pelo DF
A arquiteta e urbanista Mari Valentim quer como deputada federal derrubar as estruturas que fundamentam a construção do preconceito. Ela é candidata pelo Cidadania do Distrito Federal a uma vaga na Câmara des Deputades com o número 2324 – e uma caminhada de ativismo que a credencia para ser sua opção de voto em 2 de outubro.
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Mari é arquiteta há 24 anos e a responsável por mais de 200 obras no DF. É também ativista “LiberTrans” e a primeira mulher trans na direção do partido Cidadania. Mas ela não se limita a uma caixinha: defende a liberdade por inteiro e acredita que cada um, seja quem for, pode e deve escolher o seu caminho.
Meu mais sonho é ser a primeira mulher trans de toda história da Câmara Federal. Sem falar do sonho de viver um 2023 sem Bolsonaro e sua quadrilha.
“Conquistamos muitos direitos ao longo dos anos, e primeiramente é preciso deixar claro que não vamos aceitar retrocessos em nenhum deles. Além disso, precisamos ter claramente uma visão de autonomia das pessoas para que elas possam viver livremente”, conta na entrevista a seguir:
Por que as pessoas devem votar em você?
Em primeiro lugar, por uma questão de representatividade. Nunca houve no Congresso Nacional uma parlamentar trans. Seria um fato histórico na luta para normalizar a existência de pessoas trans na sociedade e em especial em espaços públicos e políticos. Segundo lugar, a transgeneridade me traduz, mas não me reduz. Sou uma mulher trans, mas também sou arquiteta, urbanista, ativista e líder em vários movimentos sociais. Temos que mandar uma mensagem para a sociedade que uma mulher trans é um ser completo, muito além da sua identidade de gênero.
O que você pretende fazer quando se eleger?
Conquistamos muitos direitos ao longo dos anos, e primeiramente é preciso deixar claro que não vamos aceitar retrocessos em nenhum deles. Além disso, precisamos ter claramente uma visão de autonomia das pessoas para que elas possam viver livremente. Assim, é fundamental termos programas de capacitação e de fomento da empregabilidade de pessoas LBTQI+ para que elas tenham renda e possam ser livres. Além disso, temos que cobrar a ampliação e o devido funcionamento de delegacias especializadas em crimes contra minorias. A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) criminalizando enfim a homofobia tem que valer. Não pode ser letra morta. Para isso, os agentes públicos de segurança precisam estar preparados para o devido atendimento e prosseguimento das denúncias.
A transgeneridade me traduz, mas não me reduz.
Quais suas três principais propostas?
Nossas propostas abarcam muitos temas. Defendo a simplificação da vida do micro e pequeno empresário, que é quem gera a maior parte dos empregos do Brasil. Defendo também uma reforma tributária que tire a carga de impostos das costas dos mais pobres e taxe mais aqueles que estão no topo da pirâmide. Quero construir também o marco legal das cidades inteligentes, para que as cidades brasileiras sejam inovadoras, humanas e sustentáveis (econômica e ambientalmente). Também acho fundamental ampliarmos o uso de câmeras corporais em agentes de segurança para proteger os bons profissionais, mas também punir aqueles que abusam do seu poder. Enfim, são muitas as áreas em que estou pronta para atuar para construir melhorias para a população.
Como você espera que seja o Brasil em 2023?
A normalização da existência de pessoas LGBTQIA+ e saber que estamos representadas em locais de liderança e poder, com parlamentares comprometidos com a defesa dos direitos da nossa comunidade, sem falar na luta diária contra o preconceito, a discriminação e a violência que sofremos há séculos.
Nunca houve no Congresso Nacional uma parlamentar trans. Seria um fato histórico na luta para normalizar a existência de pessoas trans.
Qual seu maior sonho?
Meu mais sonho é ser a primeira mulher trans de toda história da Câmara Federal. Sem falar do sonho de viver um 2023 sem Bolsonaro e sua quadrilha.
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