“Ao seu Lado” não é um filme perfeito, mas é honesto na maneira como trata o trauma
Por Eduardo de Assumpção*
“Ao seu Lado” (In From the Side, Reino Unido, 2022) ‘Ao seu Lado’ é um gênero que vem se expandido no cinema queer: o esportivo. É uma história de amor ambientada em um clube de rugby gay. O enredo, do cineasta britânico Matt Carter, é sobre ganhar e perder, no campo e na cama. Tudo começa com um daqueles flertes em um vestiário lotado, de corpos masculinos, depois que a equipe B acaba de perder mais uma partida.
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Mark ( Alexander Lincoln) se apaixona pelo inatingível quando Warren (Alexander King) joga no time A ao lado de seu namorado John. Mark não é exatamente livre, mas seu namorado mais velho viaja muito e raramente está em casa, então eles têm um tipo de relacionamento aberto. Ao contrário de Warren, que insiste em continuar escondido com medo real de ser descoberto sobre esse caso.
Matt Carter nunca moraliza sobre nenhuma das escolhas dos seus protagonistas: o filme é sobre adultério, monogamia e relacionamentos abertos entre dois gays que estão muito à vontade em suas próprias peles. O roteiro, de Adam Silver, toma o cuidado, para mesmo num ambiente esportivo não oferecer uma pitada de homofobia ou masculinidade tóxica.
Não é surpresa descobrir que o diretor, Carter é na verdade um jogador de rugby e um treinador, já que todas as muitas cenas deles jogando parecem autênticas. O que surpreende é que nesse seu longa de estreia, ele também editou, produziu, compôs a trilha e foi diretor de fotografia.
‘Ao seu Lado’, não é um filme perfeito, mas é honesto na maneira como trata o trauma causado por relacionamentos. O que pode atrapalhá-lo, um pouco, é sua duração de 2h15min. EM CARTAZ NOS CINEMAS.
*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com
Instagram: @cinematografiaqueer
Twitter: @eduardoirib