Segundo longa de Derek Jarman, “Magnicídio” discute a perda de identidade, cultura e comunicação
Por Eduardo de Assumpção*
“Magnicídio” (Jubilee, Reino Unido, 1978) Lançado no ano do jubileu de prata de Elizabeth II, em 1978, como uma provocação o filme causou alvoroço. O segundo longa de Derek Jarman é uma mistura crua de punk/rock, violência, nostalgia, golpes no catolicismo e nudez abundante que o tornam tão anárquico quanto qualquer coisa que o diretor faria a seguir.
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O filme começa com Elizabeth I e seu alquimista, Dr. John Dee, que invoca Ariel. o ser mágico e andrógeno de William Shakespeare em A Tempestade, casualmente o longa seguinte do diretor. Graças aos poderes de Ariel imbuídos em um cristal, o trio viaja através do tempo a uma visão brutal e distópica da Londres, dos anos 1970.
A cidade está devastada, mas viva, as ruas abrigando grupos violentos de gangues de garotas punk que se defendem do assédio policial e causam confusão. Carrinhos de bebê estão em chamas e pessoas são mortas enquanto bandas, incluindo Adam And The Ants e Siouxsie And The Banshees, tocam incessantemente na televisão.
A violência ritual está se espalhando como está essa nova onda musical, pronta para ser cooptada por magnatas financeiros, como o excêntrico e afetado Borgia(Orlando), sempre com sua risada diabólica lançando novos e transgressores talentos. A Rainha Elizabeth II está morta e o Palácio de Buckinghan se tornou um estúdio de gravação.
O filme não é uma sátira do movimento punk, mas uma obra sobre a perda de identidade, cultura e comunicação. Um manifesto estético que floresceu em lugares obscuros, explodidos por bandas como Sex Pistols, e agora tornados tão fantasmagóricos quanto Dee, Elizabeth I e sua escudeira anã, desaparecendo mais uma vez de volta ao período vitoriano.
Disponível no @youtube
*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com
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Twitter: @eduardoirib