Por Cléber Rene Alves*

No Brasil, a prevalência de doenças cardiovasculares na população é de 15-20%. Modificações no estilo de vida têm-se mostrado eficientes na prevenção e no controle. Essas intervenções podem ser medicamentosas. Entretanto, os exercícios podem reduzir o risco de desenvolvimento dessas doenças em até 50%. O coração serve para distribuir sangue para todo o organismo. O sangue é um líquido extremamente importante, vital para todas as funções orgânicas, pois leva nutrientes e oxigênio a todas as células do corpo.

Brum e colaboradores, em 2004, demonstram que o exercício físico caracteriza-se por uma situação que retira o organismo de sua homeostase (equilíbrio), pois implica no aumento instantâneo da demanda energética da musculatura exercitada e, consequentemente, do organismo como um todo.

Assim, para suprir a nova demanda metabólica, várias adaptações fisiológicas são necessárias e, dentre elas, as referentes à função cardiovascular durante o exercício físico, como: o aumento da frequência cardíaca, do volume sistólico e do débito cardíaco. Além disso, a produção de metabólitos musculares promove vasodilatação na musculatura ativa, gerando redução da resistência vascular periférica.

Além das alterações cardiovasculares observadas durante a execução do exercício físico, algumas modificações ocorrem após sua finalização. Dentre elas, uma que tem atraído muito a atenção é o fenômeno da “Hipotensão Pós-Exercício”, ou seja, a queda da pressão arterial pós-treinamento físico aeróbio.

O exercício físico tem um papel relevante, principalmente para indivíduos sedentários ou que tenham alguma doença relacionada ao sistema cardiovascular.

A hipotensão pós-exercício caracteriza-se pela redução da pressão arterial durante o período de recuperação, fazendo com que os valores pressóricos observados pós-exercícios permaneçam inferiores àqueles medidos antes do exercício.

Observa-se que o exercício físico tem um papel relevante, principalmente para indivíduos sedentários ou que tenham alguma doença relacionada ao sistema cardiovascular. Consequentemente, sugere-se que o exercício deve ser indicado como um tratamento não-farmacológico, ou seja, sem utilização de remédios.

Abaixo apresento alguns tipos de treinamento físico aeróbio que ajudam o sistema cardiovascular a se manter em plena saúde.

Exercícios Físicos Aeróbios – grandes grupos musculares em movimentos:

Andar – Atividades facilmente mantidas em intensidade constante:

Baixa variação inter-indivíduos, qualquer pessoa pode fazê-lo;

Andar de esteira, pedalar e subir escada;

Fase inicial de treinamento físico no mínimo 30 minutos.

 

 Trotar e Andar – Atividades de intensidade média, forte e constante:

Exercícios para indivíduos que já têm uma prática constante;

Trotar e andar (alternadamente), nadar, step, ginástica aeróbia;

Fase intermediária no treinamento físico no mínimo 45 minutos.

 

Correr – Atividades de intensidade forte, extremamente forte e constante:

Exercícios para indivíduos bem treinados, com meses ou anos de treino;

Correr constantemente ou intervalando com FC (70% a 90%);

Correr, ou manutenção de esporte coletivo, como: basquete, vôlei,

futebol, e corridas de rua;

Fase avançada no treinamento físico no mínimo 60 minutos.

*Cléber Rene Alves é professor doutor graduado em Educação Física com docência com ênfase em Fisiologia do Exercício, Fisiologia Geral, Genética, Biofotônica, Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Biologia Molecular, Sistema Cardiovasculares e Esportes.