Estrelando clipe e ensaio fotográfico, Nicole Queiroz quer cada vez mais espaço para as trans
A arte tem a sensibilidade da inclusão e pode transformar a vida de pessoas como a produtora de eventos de Brasília Nicole Queiroz. A ativista trans de 25 anos é uma das estrelas do clipe “Mulherão da Porra”, de OKlebin feat Pxrtela, e do projeto Estação Mulher – em ambos ela prova que ser mulher é diverso, cada uma tem um perfil, todas têm uma história.
No caso de Nicole essa história tem ficado cada dia mais feliz com os convites que ela recebe para mostrar que é uma mulher maravilhosa como todas as outras, além de uma formação especial para pessoas trans feita na Organização das Nações Unidas (ONU).
Conta à Ezatamag que adorou fotografar nua, em uma libertação cheia de autoaceitação de seu próprio corpo. “Como mulher trans sempre tive muitos problemas com meu corpo, ao participar do projeto me senti mais empoderada e percebi que toda mulher, independentemente de ser cis ou trans, tem suas questões”, revela. Abaixo ela fala mais sobre a experiência:
Eu vi toda essa movimentação para o clipe. Conta tudo!!
O clipe se chama “Mulherão da Porra”, foi uma iniciativa para alcançar vários perfis femininos. Foi um clipe desenvolvido só por mulheres e eu fui uma das convidadas para representar as mulheres trans. Foi um projeto muito bem organizado e a música é ótima!
Como foi participar e interagir com as outras meninas?
A energia estava incrível, todas extremamente felizes, uma mulher mais linda do que a outra, cada uma com sua história.
Você é uma das modelos do projeto Estação Mulher, como surgiu o convite?
Conheci a Lili, diretora do projeto Estação Mulher, através de uma amiga. Ela conversou comigo, ouviu um pouco da minha história de vida e me convidou pra participar. Fui a primeira mulher trans que ela fotografou. (Veja mais aqui)
Como foi a experiência para você?
Uma experiência única e libertadora, como mulher trans sempre tive muitos problemas com meu corpo, ao participar do projeto me senti mais empoderada e percebi que toda mulher, independentemente de ser cis ou trans, tem suas questões. Fotografar nua foi mágico.
Qual você acha que, como ativista trans, é seu papel em um projeto desses?
A minha participação em qualquer projeto como mulher trans tem muita relevância, como representatividade LGBT, a própria visibilidade alcançada, mostrar que pessoas trans estão em todos os espaços, além de levar informação.
Como a militância surgiu na sua vida? O que você tem feito atualmente?
A militância chegou com o conhecimento da situação toda, do quanto nos falta enquanto pessoa trans. Sou formada pela ONU Brasil em um curso voltado para pessoas trans de Brasília, foi onde pude entender melhor o cenário, perceber a falta de políticas públicas e assim criar o desejo de lutar por isso. Como produtora de eventos pretendo dar ênfase ao público LGBT e inclusão social nos meus projetos.
Chegou a hora e a vez das trans? Como conquistar espaços?
Com certeza chegou nossa vez, pessoas transsexuais são incríveis e precisam ser ouvidas e prestigiadas. Pessoas trans têm que ocupar todos os espaços, a questão é que isso não depende só das pessoas trans, nós queremos trabalhar, ocupar espaços públicos, ter tranquilidade para ir e vir, ter nossa opinião e vida respeitadas, e para isso o preconceito tem que acabar.
Kleber de Almeida Cavalcante
16/09/2019 16:39
Fico muito feliz pela Nicole, meu filho Oklebin era um ser humano sem preconceitos e esse Clip da música dele e do Portela representa tudo q ele achava de real e importante, agradeço a minha filha Bruna é a minha esposa Gisele q tiveram a força e a fé necessárias pra tocar esse projeto! Portelinha, bj gde no coração, Nicole Bj gde e sucesso nessa nova etapa de sua vida! PAZ E BEM!
Gisele cavalcante
16/09/2019 19:39
Esta é uma das minhas eternas meninas. Sou a mãe do @oklebin e produzi o clip com fotos da minha filha Bruna Cavalcante, esta foto é dela e com a equipe de Isabela Eicler. Toda a equipe era de mulheres e meu filho, falecido 8 mêses antes de rodar o clip,vítima de choque eletrico num microfone, deve estar feliz. A idéia era exaltar todo tipo de beleza feminina. Nicole sempre será uma das.minhas meninas e um motivo de orgulho pra mim. Ser trans é ser transformadora, é transfirmar o belo em mais belo. Obg Nicole, seja muito feliz. E esta produção está de parabéna pela matéria.