Verona Moon é daquelas drags que levam sua arte para as ruas para todo mundo ver
Um belo dia Lucas Fernandes, 23 anos, saiu de sua casa em Santana do Livramento (RS) para ir ao centro da cidade, na divisa com o Uruguai, longe dos grandes aglomerados urbanos e não muito tolerante aos LGBT. Mas quem chegou lá, montada, brilhando e toda trabalhada na coreô foi Verona Moon, uma artista que vai onde o povo está e quis mais do que qualquer outra coisa levar a arte drag para as ruas.
Verona nasceu há 4 anos quando Lucas tinha acabado de sair da casa dos pais, lá em Santana, rumo a Florianópolis, uma cidade maior, com mais gente. “Decidi criar a Verona como uma distração e hoje com 4 anos de carreira já viajei para vários lugares do Brasil e tiro meu sustento dessa arte”, se orgulha.
Verona ajudou Lucas nessa mudança e hoje é realidade no cotidiano dele. “Acredito que ela sempre existiu e também sempre existirá. Ela faz parte da minha história, muitas vezes sendo a protagonista”, conta na entrevista abaixo:
Como você vê a cena LGBT hoje em dia?
Eu vejo como uma cena muito mais forte e ativa se comparada com 4 anos atrás, que foi quando eu comecei a me montar e ter mais contato com a cena. Sinto que as manas estão se interessando mais pela luta.
Há mais espaço para as drags?
Com certeza, não o tanto que a gente merece, mas hoje com a visibilidade que as drags cantoras estão dando para a arte, hoje a gente ocupa mais espaços, não só balada.
Como a Verona surgiu em você?
A Verona surgiu em um momento muito pesado na minha vida. Recém tinha saído da casa dos meus pais no interior do Rio Grande do Sul para Florianópolis, sozinha em uma cidade infinitamente maior e cheio de dúvidas. Decidi criar a Verona como uma distração e hoje com 4 anos de carreira já viajei para vários lugares do Brasil e tiro meu sustento dessa arte. Acredito que ela sempre existiu e também sempre existirá. Ela faz parte da minha história, muitas vezes sendo a protagonista.
Como foi o processo de construção como drag?
O processo de construção da drag é infinito, nós como artistas sentimos a necessidade de estar em constante construção. Sempre estão surgindo novas técnicas e isso faz com que a gente sempre aprenda coisas novas.
Como a música entrou na sua vida? Como foi o caminho de unir a música e a arte drag?
Desde pequena eu sempre gostei de músicas por estar sempre envolvido com dança e da cultura pop. A música representa o dos meus lados mais livres e cru como artista. Sempre quando estou criando um mix para usar nos meus shows eu sinto que estou expondo uma parte de mim também através da música. Foi extremamente natural unir as duas coisas, sinto que uma coisa complementa a outra de uma forma tão genuína que quando a gente se dá conta ela está lá, presente.
Acredito que a melhor forma para que a gente possa acabar com a intolerância é agir com inteligência, estudando, para com argumentos desconstruir.
Como está sendo sua quarentena?
Acredito que como qualquer outra, sem uma rotina definida, produzindo conteúdo e contando os dias para tudo isso passar.
Como nós LGBT podemos virar o jogo da intolerância?
Acredito que a melhor forma para que a gente possa acabar com a intolerância é agir com inteligência, estudando, para com argumentos desconstruir.
Qual é seu maior sonho como artista?
Meu sonho é conquistar um público maior com minha arte e com isso inspirar outras manas. Pretendo produzir muitos conteúdos, inclusive em outras plataformas digitais além do Instagram.
Instagram @moonverona