Hal Fischer registrou os códigos que os gays usavam em São Francisco nos anos 70 para amar sem morrer
Junho é o Mês do Orgulho LGBT e ganha comemoração no mundo todo, mas nem sempre foi assim e o artista Hal Fischer sabe disso. Ele é o autor do livro “Semiótica Gay”, que reúne fotografias com os códigos usados por gays nos anos 1970 em São Francisco (EUA). Chaves penduradas, brincos, tudo era um sinal para uma paquera, sempre discretamente.
Esse código utilizado reforça um passado de exclusão e crítica, de tempos onde não bastava abrir um aplicativo para encontrar sexo, relacionamento ou os dois juntos. Um lenço vermelho ou azul no bolso de trás da calça? Depende do que você está a fim. Chaves penduradas no bolso frontal da direita nas calças significam que você é passivo. À direita, quer desempenhar um papel de dominação.
A série inclui ainda imagens sobre instrumentos eróticos para deixar o passivo amarrado, universo leather e S&M. A primeira exposição da obra foi realizada em 1977 trazendo as imagens que são retiradas diretamente das experiências pessoais de Hal vivendo nas vibrantes comunidades gays dos distritos de Castro e Haight-Ashbury.
Ao longo de uma carreira de quatro décadas, o trabalho de Fischer foi apresentado em exposições individuais e coletivas e é apresentado em coleções públicas e privadas. Na década de 1970, suas resenhas e artigos sobre fotografia apareciam regularmente em jornais como Artweek , Artforum e Afterimage.
Em 1977 Fischer ganhou o status de organização sem fins lucrativos para a San Francisco Camerawork e montou o primeiro conselho voluntário dessa organização. Em 1984, embarcou em uma carreira como consultor independente de museus.
Com a inclusão de suas fotografias em Under the Big Black Sun: California Art, 1974-81, no Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles, o trabalho de Fischer voltou ao público. Exposições da série Gay Semiotics e uma reimpressão da monografia de 1978 renovaram o interesse por sua arte.
É autor também de “Castro Street”, “The Boyfriend” e do icônico outdoor “A Salesman”.