Âncora do Marujo é um símbolo de resistência e aceitação LGBT em Salvador
Salvador tem no Âncora do Marujo um lugar de resistência, História LGBT e arte. Mistura fé, religião, amizade, amor e carreiras e se torna único, particular, ímpar. É um respiro de originalidade e diversidade em um mundo padronizado, com uma arte copiada, com uma música repetida.
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Segura o barco de muitos profissionais nas tempestades econômicas que quase dizimam a noite LGBT. Tem carinho por cada uma de suas performances. Tem público fiel porque é de verdade, faz as pessoas sentirem que são de verdade.
Shows de drags locais, estrelas regionais. Iluminação difusa, confusa, característica. Um bar, várias mesas e um palco formam o centro social desta entidade da noite soteropolitana. Um lugar já visitado por Caetano Veloso, retratado em filme de Victor Nascimento.
O Âncora é aquele tipo de lugar que não se rende à higienização social, não se deixa abalar por nenhuma drag race, não vive para saber o que as paradas de sucesso das rádios ditam. Segue seu próprio rumo, navega seu próprio mar e é seu próprio marujo.
O clima é de família. Artistas, staff e frequentadores se misturam deliciosamente. Querem saber como está a tia de fulano, se aquele boy deixou a mona, se a mocinha conseguiu o emprego que buscava. Tudo com música, com meia-luz, com o véu da noite feito de paetês ofuscantes e sorridentes.
Mantém aquele mundo antigo que hoje é explorado em seriados de televisão onde os LGBT se unem como uma família para sobreviver, re-existir, se defender. O que tantos hoje assistem em produções bem feitas, com filtros e enquadramentos, está ali – na calçada, na portaria, no sofá tão disputado logo na entrada.
O Âncora do Marujo é um abraço em quem busca conforto. É aceitação. É ausência de julgamento. É celebração do cada um é o que é. É união das diferenças de quem sofre. Não é uma balada hype, mas está sempre na moda porque é humano.
Rua Carlos Gomes, 809 – Dois de Julho
(71) 99277-9799