“Bent” detalha um capítulo abominável da História, a perseguição de milhares de homossexuais durante a Segunda Guerra Mundial
Por Eduardo de Assumpção*
Tão pungente, como de cortar o coração, “Bent” começa com flashbacks, testemunhamos o jovial hedonista Max(Clive Owen) aproveitando ao máximo os prazeres da Berlim pré-guerra, onde praticamente tudo acontecia.
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Até que é a infame perseguição nazista encontra lutando por sua vida, ao lado de seu amante Rudy(Brian Webber). Implorando por ajuda de parentes relutantes, como o tio Freddie(Ian McKellen), eles são forçados a procurar abrigo na floresta, apenas para que os Dobermans os entreguem nas mãos da SS e uma vida no campo de concetração que Rudy nunca veria.
À medida que o poder dos nazistas aumenta, a vida fica cada vez mais difícil para os gays e a rede se aproxima de Max, que acaba sendo preso e enviado para Dachau. Uma vez lá, ele nega que seja gay, preferindo a estrela amarela de David dizendo que é judeu ao triângulo rosa admitindo que é gay, pois sabe que os judeus têm mais chances de sobreviver do que os homossexuais.
Lá ele conhece Horst (Lothaire Bluteau), que não tem vergonha de usar seu triângulo rosa e, apesar das dificuldades e tormentos da vida no campo de concentração, os dois homens formam um vínculo complexo.
Adaptado para a tela por Sean Mathias, da premiada peça de mesmo nome de Martin Sherman, esta obra emotiva detalha um capítulo abominável da história humana, ou seja, a perseguição de milhares de homossexuais durante a Segunda Guerra Mundial.
Mick Jagger, que também assina a produção, surge como a vibrante cantora drag Greta aka George. Que tanto o filme quanto a peça de teatro falam muito sobre a resiliência do espírito humano, mesmo nas circunstâncias mais sombrias, não é preciso dizer.
Como obviamente não havia muito dinheiro para cenários caros, muitas das configurações são feitas de forma expressionista, o que funciona até certo ponto, mas é difícil não sentir que o filme está limitado em parte porque o roteiro oscila entre o realismo e ser tão simbólico quanto os cenários.
No entanto, algumas das melhores coisas sobre a peça funcionam extremamente bem no filme, talvez a mais famosa, uma cena entre Max e Horst, onde eles ficam um ao lado do outro e fazem sexo verbal. É uma cena dolorosa, mas absurdamente sexy.
*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com
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Twitter: @eduardoirib