Arte: @que.isso.joao

Pesquisa nacional indica que população brasileira não quer discutir questões de gênero e muito menos incluir pela linguagem neutra

Pesquisa de amostragem realizada neste ano em pleno Mês do Orgulho LGBT+ (junho, lembra?) com 1008 pessoas mostra algo que todo LGBT+ com um pouquinho de tempo de vida sabe: não está sendo fácil. Apenas 45% dos brasileiros se sentem à vontade para falar sobre a pluralidade de gêneros e pautas LGBT+.

Leia também:

Brasil registra em um ano crescimento de 33% das mortes violentas de pessoas LGBT

É preciso sim comemorar o Dia do Orgulho LGBT+, celebrar os avanços e continuar alerta para os desafios

Parada de São Paulo faz edição presencial após dois anos de pandemia e trevas

Com margem de erro de 3%, o estudo foi feito em todo o Brasil, pela Hibou Pesquisas e também diz que 21% não acreditam no posicionamento das marcas a favor das pautas LGBT+. Vale relembrar: em pleno colorido, animado e engraçado (ironia) Mês do Orgulho.

Para 16,4% das pessoas entrevistadas, não há nenhuma necessidade de abordar as nossas pautas por três motivos: comportamento errado ou contra os princípios (6,2%); com indiferença (5,4%); ou acham desnecessário, pois já cumpriu seu papel (4,8%).

74,4% apoiam as questões de gênero, mas somente 37,3% são favoráveis à conversa.

74,4% apoiam as questões de gênero, mas somente 37,3% são favoráveis à conversa. Pode ser viado, mas não pode dar pinta? Se for alguma questão sobre banheiros, é melhor ficar no armário: 40,3% concordam que os espaços devem ser separados, podendo haver banheiros direcionados à diversidade de gênero.

Inclusão via linguagem também não é muito a praia da população brasileira. A pesquisa indica que O uso das letras “E” ou “X” em substituição às letras “A” ou “O” leva 72,9% dos brasileiros a fazerem defesa do idioma como está, antes de entender a importância dos termos neutros para a comunidade.

Pesquisa ouviu 1008 pessoas em junho

45% não veem necessidade da neutralização da linguagem. 27,8% consideram o uso das palavras alteradas um erro de grafia e que elas não fazem parte do Português. Apenas 2,8% concordam que o uso da adequação das palavras como um ato inclusivo e que deveria ser obrigatório.

A pesquisa completa pode ser acessada clicando aqui.