Câmara de Londrina adia votação de Conselho Municipal LGBT e prefeito lança nota defendendo a proposta
Logo depois de sua vizinha Maringá (PR), a paranaense Londrina também tem lutado para criar seu Conselho Municipal LGBT. A situação é a mesma: o Projeto de Lei enviado à Câmara Municipal pelo Executivo, pelo prefeito Marcelo Belinati (PP), foi reiteradamente retirado da pauta de votações após pressão de religiosos.
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No dia 9, o líder do prefeito na Câmara, vereador Fernando Madureira (PTB), retirou de tramitação a porposta pela quarta vez. Cerca de 50 manifestantes de grupos ligados à Igreja Batista e movimentos conservadores estiveram em frente à Câmara Municipal para se posicionar contra o texto.
O prefeito não tem se dado por vencido e insiste na criação do Conselho, de caráter deliberativo e com o objetivo de auxiliar na construção de políticas públicas para a população LGBT londrinense. A proposta volta à votação no próximo dia 23.
Para marcar posição, Marcelo Belinati lançou em suas redes sociais nesta quinta-feira, 16, uma nota de esclarecimento defendendo seu projeto. Ele começa explicando as dificuldades e preconceitos enfrentados por pessoas de orientação sexual não binária.
Lembra que muitos LGBT são agredidos e mortos por causa da discriminação. “É o chamado crime de ódio! E isso tem sido cada vez mais comum no Brasil. Aqui em Londrina, não é diferente.”
Em seguida, Belinati alfineta os críticos ao Projeto de Lei, usando o mesmo argumento dos grupos ditos cristãos que estiveram na Câmara Municipal tentando barrar a votação:
“Algumas pessoas ainda praticam o preconceito, têm ódio pelo próximo no coração e até pregam que você deve amar e respeitar o próximo…. Mas se o próximo for uma pessoa LGBT, aí não! Até o nome de Deus já vi, infelizmente, ser usado para esconder o real motivo desse preconceito. Como se Deus não amasse a TODOS indistintamente. Esse é o Deus em que acredito. O Deus da compreensão e da empatia. É o Deus que não aceita o ódio de pessoas homofóbicas e racistas.”
Para finalizar, o prefeito explica que o Conselho LGBT é apenas consultivo, não deliberativo, e não é remunerado e não tem custo nenhum, ao contrário do que alguns manifestantes afirmavam.