Rapper gay Warllock lança álbum querendo ampliar fronteiras e aumentar e representatividade
Letras inteligentes passeando por temas interessantes e sonoridades diversas, como trap, boombap, lo-fi e até mesmo rock psicodélico. Essa é a definição para o terceiro álbum que Warllock entrega de forma totalmente independente, o “Nova Escala, Pt. 2”. O disco conclui o projeto iniciado em 2020, com a primeira parte divulgada em formato de EP.
Leia também:
Apuke lança “Ca$ada Com Ela” para dar visibilidade a lésbicas no movimento Hip Hop
Claudio lança single para valorizar o afeto do homem negro e se orgulhar por amar
“A produção teve início em meados de novembro de 2018, com a ideia tomando forma logo na sequência do lançamento do segundo álbum no mesmo ano. A proposta é variar a abordagem com que pauto minhas letras, além de experimentar novos temas, sonoridades e recursos para se fazer música”, conta.
“Todo o processo foi bastante experimental, com cada música ganhando uma história única. Como o fato da banda Iguanas Tropicais ter gravado, literalmente, na garagem de casa; eu procurando estúdios no Rio de Janeiro à distância para que a nabru pudesse gravar durante sua estadia na cidade, e por aí vai”, continua o artista.
Ele diz ainda que “o Nova Escala, Pt. 2 vai muito além de um álbum de rap experimental, o projeto traz consigo toda uma carga regional florianopolitana somada ao talento que foi emprestado de outros Estados para que a obra ficasse completa. Ainda que de um jeito independente, é sobre alcançar novos patamares… uma nova escala”.
Grande parte dos projetos que rolam na ilha são elitistas e de difícil acesso, ou apenas burocráticos demais a ponto de nos levarem à desistência toda vez.
Somando nas participações especiais, artistas catarinenses como Dill Menezes, Vinícius Galant e a banda Iguanas Tropicais. Representando a comunidade trans da região, nomes de peso como Rê Moraes, Zara Dobura, Duduzzone e Ritsuka. De outros Estados, o pioneiro De Leve (RJ), nabru (BH) e Rodrigo Zin (PR). Na produção, GGOSS, Graça, Alice Piink, Jovem Basti e Umteto.
Com 10 músicas, a obra registra o carinho do artista por sua cidade através de referências regionais de Florianópolis, sendo um grande marco na cena do rap independente regional e servindo de estímulo à propagação da cultura local e suas potências envolvidas.
“Grande parte dos projetos que rolam na ilha são elitistas e de difícil acesso, ou apenas burocráticos demais a ponto de nos levarem à desistência toda vez. Quando falo de alcançar uma nova escala, artística e profissionalmente falando, não me refiro apenas de forma individual, mas também como cenário local.”
Algumas das principais inspirações para o álbum foram gigantes como Childish Gambino, Black Alien, Amiri, Tasha & Tracie, Rodrigo Ogi, Makalister, Rapsody e Frank Ocean.
Para dar vida ao álbum no campo audiovisual, a faixa “Roland Garros” recebeu um videoclipe filmado nas dependências da Universidade Federal de Santa Catarina. O vídeo ostenta uma evolução técnica e artística, exibindo um look exclusivo elaborado pela ex- drag queen Vogue e pelo estilista Mousinho, reciclando uma jaqueta de motociclista e enaltecendo a presença do artista.
Foto: Matheus Trindade