Poços de Caldas ganha coletivo em defesa dos direitos LGBT para informar e lutar durante a pandemia

A cidade mineira de Poços de Caldas ganhou há pouco, em plena pandemia, o Coletivo LGBTQIA+. Faz pouco mais de um mês que ele nasceu, em uma iniciativa de Rhuan Marino Oliveira Fagundes, integrante da Comissão da Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil – Minas Gerais (OAB/MG), seccional de Poços de Caldas.

O Coletivo conta à Ezatamag que o cenário da diversidade sexual em Poços é grande, mas estava carente de um espaço de discussões e reflexões sobre nossos direitos. Após uma Parada do Orgulho realizada no ano passado com dificuldades financeiras, uma realidade brasileira, infelizmente, era a hora de nascer essa ideia para não deixar o arco-íris se apagar.

Com aposta forte nas redes sociais para driblar as impossibilidades trazidas pelo isolamento social, o Coletivo tem feito posts informativos sobre cultura e história do movimento LGBT, aborda temas como a sexualização exagerada de corpos de homens negros e faz também pesquisas sobre os temas que as pessoas querem ver mais bem discutidos.

O maior desafio é a atuação juntamente com a prefeitura local, afinal o assunto é delicado e depende de algumas formalidades legais para dar a credibilidade necessária ao coletivo.

Abaixo o grupo relata como tem sido esse começo em um momento delicado, onde mais iniciativas assim precisam surgir todos os dias:

“O coletivo é uma semente, começou há 1 mês e alguns dias. Ele foi criado pelo integrante da Comissão da Diversidade Sexual da OAB/MG, seccional de Poços de Caldas/MG, Rhuan Marino Oliveira Fagundes, com o objetivo de dar acesso às demandas reprimidas da comunidade LGBTQIA+ do município.

Poços de Caldas/MG estava carente de um coletivo justamente porque o cenário LGBTQIA+ da cidade é imenso, tanto cultural quanto social. Contudo, desde a última Parada LGBTQIA+, realizada com problemas financeiros adquiridos da gestão anterior, não tinha um espaço virtual e/ou local para debates, discussões ou pedidos de ajuda, como estamos providenciando aos poucos agora.

O maior desafio é a atuação juntamente com a prefeitura local, afinal o assunto é delicado e depende de algumas formalidades legais para dar a credibilidade necessária ao coletivo.

Na pandemia estamos utilizando as redes sociais massivamente com o intuito de disseminar informações pertinentes à comunidade, além de alimentar pesquisas para os futuros trabalhos que temos engatilhados.

Para participar do coletivo precisa de disponibilidade e vontade de trabalhar em prol da comunidade. Independente de gênero, sexualidade, afetividade.

Neste primeiro momento, os atendimentos são feitos de forma online/remota, afinal, o contato físico ainda não é autorizado em nosso município pela questão pandêmica.

Sim, em pouco tempo percebemos o quão necessário era ter um espaço destinado a este trabalho. Estamos com projetos diversos, ainda em fase de estruturação, com pessoas ansiosas para trabalhar e que sempre procuravam algum apoio para este fim.

A polarização política regrediu o comportamento da sociedade em respeitar os direitos LGBTQIA+. A luta é indispensável para a perpetuação e aplicação sócio-juridica dos direitos adquiridos até aqui. Por meio do Coletivo e apoio das comissões da Diversidade Sexual e de Direitos Humanos da OAB estamos exigindo o que já está estabelecido e ainda o que pode ser implementado.

As redes sociais são a nova ferramenta indispensável para alcançar público, assim como conseguir parcerias e apoio da sociedade civil. Mas, não deixamos de fomentar o acesso do coletivo a comunidade socialmente marginalizada que, na maioria dos casos, não tem acesso à internet.

Nosso maior sonho é efetivar os projetos criados e agregar ao município e região ações que vão permitir uma convivência saudável para a comunidade LGBTQIA+. Nossa maior referência é a Casa 01 de São Paulo, e mesmo sendo cenários diferentes, almejamos um trabalho tão relevante e significativo para a sociedade Poços-Caldense.”

Instagram @coletivolgbtpluspc