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POEMA DO FIM

Sim, fim.

Por Harrison Nogueira*

 

Aprendi no televisor,

Que pinguins durante a vida

Tem apenas um amor.

Na adversidade do ambiente,

Se encontram,

Como a gente,

Acreditando no pra sempre.

 

E se de repente

O coração

Virar iglu de solidão?

E se sob o gelo, o barulho surdo

Da separação

O fim,

Do mundo.

 

As partes à deriva

Náufragos-pinguins

Difícil aceitar que é fim

Era para ser assim?

As partes de uma vida

No embaralhe do tabuleiro

Difícil acreditar em recomeços

E se de repente/O coração/Virar iglu de solidão?

E na vastidão do novo mundo

O iceberg surge num segundo

Enorme e ameaçador

Grande.

Como a dor

 

E o tempo Senhor

Que cura tudo o mais que for

Vai levar o gigante que flutua

A mágoa,

E também a amargura.

 

E assim, de pronto,

Do céu com mar, o encontro,

O gigante há de virar

Apenas mais um ponto

Do infinito.

Que acabou-se por findar.

 

Juiz de Fora

4 de outubro de 2019

 

*Harrison Nogueira é oficial da Marinha e engenheiro, pai da Nina e do Pitágoras.

Redação

Redação Ezatamentchy

6 Comments
  1. Tiago Fonseca

    13/11/2019 10:32

    Deuso da escrita. Coisa mais linda. Amei.

  2. Andre

    13/11/2019 17:02

    de uma sensibilidade…

    um sopro de esperança nesse tempo estranho e turvo que vivemos atualmente.

    Quero mais,

    <3

  3. Jocelani

    13/11/2019 19:08

    Lindo e inspirador!!

  4. Natália

    13/11/2019 19:28

    Emocionante, meu lindo! Te amo!

  5. Mozart

    14/11/2019 11:21

    Texto mega bem escrito. Orgulho!!!

  6. Lavínia

    14/11/2019 21:16

    Amei! Coisa linda de se ler!!!

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