Talitha Wey começou a transição após susto ao ser internada com Covid e hoje está pronta para o novo mundo

Depois de ser mais uma das milhões de pessoas que contraíram a Covid-19 pelo mundo, Thalita Wey decidiu entrar de vez em seu universo, aquele ao qual ela sempre soube que pertencia de verdade. Em agosto do ano passado ela decidiu começar sua transição em busca de si mesma e tem se empoderado cada vez mais, ao ponto de já empoderar outras pessoas trans.

Uma libriana de 30 anos que mora em São Paulo e até o ano passado era casada com uma mulher cis. Tentou se encaixar no padrão que a sociedade preconceituosa dita, mas não conseguiu. Após a Covid, viu que era hora de deixar para trás qualquer medo ou crítica e se jogar em seu processo porque só se vive uma vez.

Tem dado tão certo que ela criou no Instagram um perfil super fofo para compartilhar histórias de outras pessoas trans. O @pensamentostrans é uma forte arma de autoestima, de apoio e acolhimento na internet para quem ainda sofre com um mundo arcaico incapaz de entender as escolhas individuais.

 

Quando saí da internação, comecei a olhar minha vida de outra forma e decidi que eu iria ser a mulher que eu sempre quis ser.

É importante discutir e abordar esses assuntos para que cada vez mais pessoas tenham acesso às informações e vejam que a realidade de uma pessoa trans é difícil e que precisa do apoio da sociedade”, conta no relato a seguir:

Tenho 30 anos e sou libriana, moro em São Paulo capital. Aqui há muitas pessoas LGBT, porém também existe muito preconceito. Mantenho minha sanidade através de projetos pessoais, trabalho e terapia.

Desde os 11 anos eu já sabia que eu era uma menina trans, mas nunca tive coragem e sempre tive muito medo de ser quem eu queria ser. Tentei viver uma vida no padrão cisgênero, fui casada por 5 anos com uma mulher cis, até que em janeiro de 2020 nos divorciamos.

Tentei viver uma vida no padrão cisgênero, fui casada por 5 anos com uma mulher cis, até que em janeiro de 2020 nos divorciamos.

Em abril acabei pegando Covid e pneumonia viral, quase morri, fiquei internada. Mas graças a Deus me recuperei. Quando saí da internação, comecei a olhar minha vida de outra forma e decidi que eu iria ser a mulher que eu sempre quis ser. No dia 01/08/20 eu decidi iniciar a minha transição.

Desafios e medos infelizmente sempre vamos enfrentar, mas temos que saber que somos capazes de lutar para sermos felizes e vivermos em paz.

Sempre perguntam o porquê da escolha do meu nome, quando comecei a sentir que eu era uma mulher e como foi esse processo. Respondo com naturalidade igual estou respondendo você. Sobre o nome eu sempre achei lindo e depois soube que significava criança que renasceu, e é assim que eu me sinto.

Desde os 11 anos eu já sabia que eu era uma menina trans, mas nunca tive coragem e sempre tive muito medo de ser quem eu queria ser.

É importante discutir e abordar esses assuntos para que cada vez mais pessoas tenham acesso às informações e vejam que a realidade de uma pessoa trans é difícil e que precisa do apoio da sociedade.

Atualmente trabalho em uma empresa nacional de grande porte onde pretendo ficar por mais alguns anos. Depois pretendo seguir com meus projetos pessoais que envolvem música, livro e marca de roupa.

Desafios e medos infelizmente sempre vamos enfrentar, mas temos que saber que somos capazes de lutar

Meu maior sonho é poder ajudar outras pessoas trans que passam por dificuldades, quero e corro atrás para que isso se realize. Quem sabe um dia ter uma ONG.”

@thalitawey