Piettro canta, dança, toca e compõe por mais visibilidade LGBT
O cantor Piettro está colocando todo mundo para tremer com seu novo clipe, “Treme Treme”, mas sem esquecer da militância, da inclusão e da empatia ao propagar aos ventos que seu desejo é “libertar a todos com a arte e o amor”. A produção foi gravada em Brasília com participação de bailarinos e bailarina e nada menos do que 35 looks.
Piettro, antes Pedro Quevedo, já vinha trilhando seu caminho com composições como “Colorir Você” e trilhas sonoras de web-séries, como “Positivos” e “Anjo do Mar”. Ele diz que foi neste momento que “percebi que as músicas tinham sentimento”.
Sentimental ao piano, compondo, cantando e dançando, Piettro quer “fazer aparecer a nós, LGBTs, que amamos, que beijamos, que temos e que causamos! Nós somos a cura!”. Abaixo ele fala mais sobre o lançamento:
Como está sendo a recepção do Treme Treme?
Está sendo incrível, adoro quando o povo fala que parece coisa dos Estados Unidos! É um comparativo que a gente ao mesmo tempo que tenta fugir culturalmente, é referência de qualidade e produção. Fico feliz com essa visão de que o clipe foi bem produzido e que a imagem agrada a quem assiste. Deu realmente muito trabalho montar todos os 35 looks do clipe, então que bom que a produção faz jus ao trabalho que foi empenhado!
É preciso fazer as pessoas se divertirem com a música nesses tempos de tantas notícias ruins?
É preciso fazer as pessoas se divertirem. Ponto. A arte como forma de entretenimento é muito poderosa, pois acredito que dá vida a um inconsciente coletivo que pede festa, diversão. As notícias ruins já nos dão peso, a leveza precisa vir em forma de movimento, de dança. Se eu consigo fazer as pessoas dançarem, já sinto que estou participando de alguma celebração em suas vidas, e isso me agrada!
Qual você acha que é seu papel como artista hoje em dia?
Meu papel como artista é revelar identidades. Culturas, vidas normais. Quero fazer aparecer a nós, LGBTs, que amamos, que beijamos, que temos e que causamos! Nós somos a cura!
Qual mensagem você quer passar para o seu público?
Quero passar uma mensagem de amor. Primeiramente de amor próprio, em seguida de amor ao próximo. Acho que a gente tem que se amar muito, permitir a vulnerabilidade e não ter vergonha de ser quem nós somos.
Como você se prepara para os shows? Faz aula de canto, dança?
Condicionamento físico é fundamental. Academia, aula de dança, aula de canto e fonoaudiólogo. Este último é indispensável. A voz é um instrumento muito valioso.
Quando você percebeu que a música estava dentro de você e queria brilhar?
Quando compus “Colorir Você” e comecei a compor para trilhas sonoras de web-séries, como Positivos, Anjo do Mar. Percebi que as músicas tinham sentimento.
Como foi a relação entre ser cantor e a sua sexualidade?
A sexualidade aconteceu antes, o cantor depois. Mas uma coisa nunca deixa a outra, todas as minhas composições levam em conta a minha realidade, e no final das contas, o que se percebe é que é tudo amor, independente quem sejam os personagens.
O que você busca quando diz “libertar a todos com a arte e o amor”?
Busco alcançar o maior número de pessoas possível com minha música e minha mensagem de amor próprio, e de que amar é o caminho mais gostoso a se escolher. Independentemente de quem seja. Libertando-se.
No final das contas, o que se percebe é que é tudo amor, independente quem sejam os personagens.
Você compartilha bastante da sua vida no Instagram, você acha que isso inspira as pessoas?
Compartilho muito! Eu gosto da exposição! Eu gosto de as pessoas verem quem eu sou, gosto de mostrar coisas cotidianas, quebrar um pouco aquela barreira de que a vida no Instagram é perfeita como no feed e mostrar o que gente normal faz, claro, com minha pitada de crazyness.
Quais os planos futuros?
Os planos são: música, clipe, show! Música, clipe, show! E o ciclo continua… Quem sabe daqui a uns carnavais a gente tá curtindo o trio elétrico em Salvador?
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