Maria Lucas apresenta “Próteses de Proteção” pela primeira vez em formato de experiência cênica, no Rio de Janeiro

“Próteses de Proteção” será apresentado pela primeira vez em formato de experiência cênica, dia 12 de junho, às 20h, no Teatro Café Pequeno, no Leblon, no Rio de Janeiro. A sessão do texto ensaístico da artista Maria Lucas, que busca refletir sobre a historicidade de corpos trans em sociedade a partir da própria experiência da autora em meio à quarentena da pandemia de covid-19 faz parte da programação do Festival Midrash de Teatro. A direção é da multiartista Wallie Ruy.

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Mesclando teoria de gênero a memórias pessoais, o ensaio foi o vencedor do concurso de textos ensaísticos do Instituto Moreira Salles em 2020 e publicado pela Revista Serrote no mesmo ano, tornando Maria, que é autora dos livros “Esse Sangue Não é de Menstruação, mas de Transfobia” e “Mais Uma Casa de Bonecas”, a única pessoa trans vencedora do concurso.

Transpondo o texto publicado há três anos e que ela nunca havia lido até então para um formato teatral, Maria Lucas tem a intenção de compartilhar com o público alguns aspectos pessoais da sua existência enquanto mulher trans. “É uma escrita oriunda de um diário e de vivências muito violentas. Vivências estas que eu e outras mulheres trans e travestis vivemos diariamente neste país”, afirma Maria.

Para segurar sua mão e dirigir esta experiência cênica, Maria convidou Wallie Ruy, atriz e professora de teatro na cidade de São Paulo e que recentemente teve seu trabalho “Wonder!! Vem pra Barra Pesada”, sobre vida e obra da multiartista Claudia Wonder, indicado ao Prêmio Shell de Teatro na categoria MÚSICA. Para as duas, é de extrema importância a aliança de duas artistas trans femininas para esse experimento cênico a partir de um texto escrito no gênero ensaio.

É uma escrita oriunda de um diário e de vivências muito violentas.

“Próteses de Proteção” é um experimento cênico que explora alegoricamente as muitas camadas das máscaras físicas, emocionais e sociais que as pessoas transvestigêneres usam como armaduras e a maneira como são atravessadas, para se protegerem contra as múltiplas violências e adverCISdades ao longo de toda sua história e vida.

Através do ensaio dramatúrgico e atuaação de Maria Lucas, percorreremos um “novo tempo de transmutações” apontando para um período de transformações profundas e libertadoras de autocoroação”, diz Wallie Ruy – diretora artística do projeto.