O maior festival independente de música periférica da Amazônia está de volta. Com três dias de shows, a 10ª edição traz quatro palcos com 40 apresentações de artistas que celebram a sonoridade periférica e afroamazônica. O evento ocorre entre os dias 16 e 18 de dezembro, no Espaço Náutico Marine Club, no coração da maior periferia de Belém, o bairro do Guamá. Este ano, o Festival Psica traz à capital nomes como Daniela Mercury, Luedji Luna, Flora Matos, Urias, além de Baco Exu do Blues, Liniker, BK, MC Naninha, Victor Xamã e muito mais. Os passaportes estão à venda em festivalpsica.byinti.com.

Leia também:

Cidades paulistas recebem festival Artistas de Ruas contra o preconceito e o machismo

Izrra e Thiago pantaleão colorem evento que celebra a consciência negra em Madureira, celeiro da cultura genuinamente carioca

Gal Costa morre aos 77 anos deixando legado musical, comportamental e de vida, de vontade de viver

A “rainha do axé”, como é conhecida Daniela Mercury, promete fazer do Psica uma verdadeira micareta, com os grandes hits que embalam o carnaval de Salvador: “O Canto da Cidade”, “Nobre Vagabundo” e “Baianidade Nagô”. Com quase 40 anos de carreira, Daniela Mercury também é uma voz de resistência LGBTQIA+. Conterrânea de Mercury, Luedji Luna volta a Belém para apresentar seu mais recente álbum “Bom Mesmo é Estar Debaixo D’água (2020).

Quebrada Queer é uma das atrações babadeiras

A baiana é um dos principais nomes da Música Popular Brasileira na atualidade. Urias traz as vozes de resistência trans de todas aquelas que andam com a “navalha debaixo da língua”. Reinventando o cenário do pop nacional, a mineira apresenta seu primeiro disco, “Fúria”, lançado este ano, além do grande sucesso “Diaba”. Flora Matos é representatividade feminina no rap. Diretamente da capital federal, a brasiliense rima sobre afetividade e os percalços de ser uma mulher no cenário do hip hop.

O selo musical da Psica Produções, a Psica Gang, também estará presente no festival. Com parceria fechada com a Warner Music Brasil, um passo adiante no combate à invisibilidade dos artistas nortistas, o movimento neo-cabano apresenta os shows de Daniel ADR, Kratos + Mc Íra, Layse e Os Sinceros, Nic Dias e Arthur da Silva, que celebram a diversidade da sonoridade e qualidade da produção musical amazônica. Ainda representando a cena musical paraense, Reggaetown convida Bruno BO, Negro Edi e Bruna BG em shows especiais para o Psica.

Tem como perder o show da Urias? Não!

A 10ª edição do evento ainda tem as manifestações regionais e populares, através dos shows de Arraial do Pavulagem, Tambores do Pacoval, Filhos de Maiandeua, Sereia do Mar, Baile do Mestre Cupijó e Lia de Itamaracá (PE); o som urbano das periferias paraenses com DJ Meury, Viviane Batidão e Tony Brasil + Maderito e Banda Bundas; o metal nortista de Cérebro de Galinha, Rejeitados pelo Diabos e Sisa; o death metal de Desalmado (SP); a arte musical de Melissandra e Rawi; o rap LGBTQIA+ da Quebrada Queer (SP); a experimentação eletrônica de Badsista (SP); e muita discotecagem com os DJs Jon Jon e Eric Terena (MS).

O criador e diretor do Festival Psica, Jeft Dias, explica como foi feita a curadoria para a 10ª edição do evento. “O Festival Psica, como um festival preto, amazônico e periférico, procura dar visibilidade para artistas com esse mesmo perfil. E através do intercâmbio com artistas de projeção nacional, a gente tenta atrair a atenção do público para os nossos nomes locais. Assim, como trazer grandes nomes locais com repercussão no Brasil todo, como Gaby Amarantos e as próprias aparelhagens, com décadas de história. E isso é pensado de forma que desde o primeiro artista a se apresentar até o último tenha público, tenha um palco com uma estrutura legal etc”, conta.

Mobilidade, estrutura e acessibilidade

O mistério acabou e o Espaço Náutico Marine Club é o espaço onde o 10º Festival Psica será realizado, nos seus três dias. Localizado na avenida Bernardo Sayão, no coração da periferia mais populosa de Belém, o bairro do Guamá, o espaço terá uma estrutura de quatro palcos e mais de 20 mil m². E para garantir o acesso do público que vem das mais diversas periferias, a direção do Festival Psica vem articulando junto aos órgãos de mobilidade urbana para a criação de linhas de ônibus, barcos e transporte alternativo exclusivos para o festival. “A gente sabe que tem os problemas de mobilidade para chegar e sair do Marine.

Daniela promete micareta!

E o Psica, como um festival que tem um público periférico muito forte, sempre pensa em locais onde todas as periferias consigam acessar com facilidade. Nesse caso, já estamos em conversas avançadas para resolver esse problema. Também estamos pensando nas pessoas que irão se deslocar para o Marine de bicicleta e organizando um bicicletário no local”, diz Gerson Júnior, criador e diretor do Psica.

A expectativa do Psica é receber um público de 10 mil pessoas em cada dia de evento pago. Para atender essa demanda, o festival terá uma maior quantidade de banheiros e bares. Uma outra preocupação é quanto à acessibilidade para pessoas com deficiência. “Além da tradução simultânea em Libras, que já trouxemos em outras edições, o evento vai dispor de outros mecanismos de acessibilidade, como sinalização nos pisos, área reservada na plateia para garantir que o público com deficiência conseguirá assistir aos shows e acessibilidades nos banheiros”, completa Gerson.

Lia de Itamaracá leva História e sorriso ao festival

Psica 10 Anos 

Um dos festivais pretos mais influentes do país, o Psica é realizado tradicionalmente no final do ano, em dezembro. Em 2022, depois de dois festivais gratuitos, do Dia do Meio Ambiente (5 de maio) e Dia da Amazônia (4 de setembro), que reuniram mais de 40 mil pessoas, a expectativa é de uma grande festa na comemoração dos 10 anos do evento.

Inspirados no movimento neo-cabano, o Psica vem dialogando sobre decolonialidade há vários anos. Nesta edição comemorativa, as profundezas de rios, matas e estradas abrem caminhos para celebrar a cultura amazônica a partir das cidades do interior e de suas manifestações culturais de resistência secular. O sincretismo religioso e a tradição cultural de indígenas e negros que hoje temos com a Marujada, o Çaíré, a festividade de São Sebastião no Marajó são temas que pautam a 10ª edição.

“O Psica faz parte de um movimento cultural, político e social que está acontecendo nessa cidade. Então, dentro do festival a gente discute temas pra fazer com que as pessoas, cada vez mais, se identifiquem com esse movimento. Desde 2018 a gente vem fazendo isso e se olhar pra trás, a gente sempre fala de pautas decoloniais. A gente não tá inventando uma narrativa, apenas contando o que já acontece, mostrando o poder e toda a força da cultura local”, explica um dos diretores do festival, Jeft Dias.

“A gente fala muito com o público local pra ele se olhar, se enxergar, se ver em lugares de protagonismo pra ocupar os espaços, mostrando nossa forma de pensar cultura, pensar mundo, a humanidade, que essa forma de pensar chegue em outras pessoas. É um movimento de dentro pra fora”, conclui Gerson Junior, diretor do evento.

Sobre a Psica Produções

O Psica, muito além de um festival multicultural, é um movimento artístico preto e periférico nascido na Amazônia que vem alcançando influência em todo o Brasil. A Psica Produções também é responsável por um selo, a Psica Gang, que reúne 17 artistas da música e das artes visuais e que este ano assinou contrato de distribuição musical com a Warner Music Brasil.

Festival Psica 10 anos

16 a 18 de dezembro

Espaço Náutico Marine Club – Avenida Bernardo Sayão, Nº 5232 – Guamá

 

Ingressos

Passaporte Psica

Lote 3: R$160 (meia estudantil / solidária)

festivalpsica.byinti.com

Shopping Bosque Grão Pará – Loja Imaginarium (Piso 1)

Boulevard Shopping – Loja Imaginarium (Piso 1)

Confira o line-up completo

Daniela Mercury – Baco Exu do Blues – Liniker – Gaby Amarantos – Lia de Itamaracá – Mega Principe New Tech – Super Pop Live – Surreal Crocodilo – Viviane Batidão – Luedji Luna – Flora Matos – BK – Nic Dias – Urias – Madame Saatan – Arraial do Pavulagem e Batalhão das Estrelas – Rock da Meury – Mc Naninha – Molho Negro – Tony Brasil + Maderito e Banda Bundas – Badsista – Victor Xamã – Arthur da Silva – Baile do Mestre Cupijó – Sereia do Mar – Quebrada Queer – Reggaetown Convida Bruno BO, Negro Edi e Bruna BG – Layse e os Sinceros – DJ Eric Terena – Tambores do Pacoval – Kratos + Íra – Filhos de Maiandeua – Sisa – Daniel ADR – Rawi – Desalmado – Cerebro de Galinha – Melissandra – Rejeitados Pelo Diabo – Dj Jon Jon