“Queer for Fear: The History of Queer Horror” aborda com criatividade as analogias e as transparências LGBTQIA+ nos filmes de terror

Por Eduardo de Assumpção*

“Queer for Fear: The History of Queer Horror” (EUA, 2022) A minissérie da @shudder, produzida por Bryan Fuller, mergulha de volta às origens literárias, focadas em temas, subtextos e contextos. De Mary Shelley a Bram Stoker, esses autores abriram caminho para o horror e a representatividade de maneiras que reverberam na cultura pop.

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O primeiro episódio examina essas figuras literárias – que incluem Mary Shelley, Oscar Wilde e Bram Stoker – antes de imergir no mundo das adaptações cinematográficas dessas obras. Onde os livros falavam a uma geração, o mundo do cinema lançaria uma rede ainda mais ampla de alcance. Quando o documentário adentra em ‘A Noiva de Frankenstein(1935)’, podemos interpretar como uma celebração queer e uma ode ao seu diretor, o abertamente homossexual James Whale, reverenciado pela atração.

As obras de Hitchcock também são o tema, o diretor absolutamente icônico conseguiu sutil e facilmente inserir personagens gays em muitas de suas obras. Mesmo que fossem em sua maioria vilões, esse era um conceito revolucionário: ‘Festim Diabólico(1948)’, ‘Rebecca(1940)’ e ‘Psicose(1960)’.As celebridades escolhidas são de longo alcance.

Drag queens notáveis como Alaska Thunderfuck e BenDeLaCreme são adições estelares, e lendas como Heather Matarazo, Rachel True, Jennifer Tilly, Karyn Kusama, Cassandra Peterson, Kimberly Peirce e Don Mancini complementam os comentários sagazes. Centrando-se em monstros, lobisomens, alienígenas e outros filmes com temas de horror corporal são amplamente conhecidos por estarem sujeitos a metáforas queer.

O Lobisomen(1941) e Sangue de Pantera(1942), ambos lançados na década de 1940, mostram criaturas e monstros que se escondem de vergonha. Empoderamento feminino e explotation. Vampiras bissexuais, femmes fatale aterrorizam o público há eras. A anti-heroína de Sheridan La Fanu, Carmilla é considerada a vampira lésbica original.

A série contou com 4 episódios em sua 1ª temporada, que abordou com criatividade e dinamismo as analogias e também as transparências LGBTQIA+ nos filmes de terror. É óbvio que ainda há muita história para contar e mal podemos esperar uma segunda parte.

*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com

Instagram: @cinematografiaqueer

Twitter: @eduardoirib