REALIZADAH!

Rapahella Faria chega aos 50 anos querendo ir além e reivindicando sua parte na História que nos construiu

“Eu já realizei tantos sonhos que fico até com medo! Ficaria horas aqui enumerando eles!” A icônica Raphaella Faria, 50 anos, é um dos nomes mais importantes da construção do que hoje é a atual cena cultural LGBT brasileira – e uma eterna sonhadora, como ela mesma se classifica.

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De férias no Brasil, falou à Ezatamag sobre como tem superado a pandemia, os planos para 2022 e a retomada da agenda de shows, agora em Dublin (Irlanda). Um novo desafio, um novo público, mas o talento de sempre e a criatividade que a garantem no Olimpo da noite paulistana e além.

São muitos anos de uma carreira sabiamente baseada na valorização do público. “Acho que se não fosse o público, eu jamais teria conquistado esse espaço na nossa cena glbtqia+!
Muitos hoje nem sabem quem eu sou! Mas posso dizer de boca cheia: fiz muiiiita coisa boa!”. Fez sim, como ela conta na entrevista a seguir:

Como 2022 tem sido para você depois desses dois anos super difíceis para todos nós?
Para mim a dificuldade que passei foi de tudo estar fechado. Quem me conhece sabe o quanto eu gosto de uma festa! Mas graças a Deus eu estava fora do Brasil e tive uma estrutura financeira melhor! E ainda pude ter a oportunidade de ajudar minha família e alguns amigos!

Com a era Instagram, tudo tomou outro sentido, valores se inverteram, hoje em dia para ser famoso tá muito fácil! Sem graça! Sem batalha!

Como você se manteve bem na pandemia? Você sente que agora estamos mais seguros, podemos começar a caminhar de novo?
Acho que não só eu, mas muitas pessoas ficaram abaladas com essa situação, mas procurei pensar na melhor forma para me manter tranquila. Tirei mais tempo para cuidar de mim, economizei, deu pra ver que não precisava de muito pra ser feliz! Procurava também me distrair fazendo lives no Instagram, chamadas de vídeo com família e amigos! Foi um pouco entediante, mas como falei anteriormente, talvez por eu estar na Europa, não sofri tanto! Fiquei um pouco assustada com a perda de muitos amigos!

O que te mantém motivada na sua carreira depois desses anos?
O que me mantém motivada na minha carreira é o público! Agora estou amando o público de Dublin! Conquistar novas pessoas e ver que ainda consigo agradar! Isso me motiva!

Qual o papel do público na sua vida?
Acho que se não fosse o público, eu jamais teria conquistado esse espaço na nossa cena glbtqia+!
Muitos hoje nem sabem quem eu sou! Mas posso dizer de boca cheia: fiz muiiiita coisa boa! Tive muitas oportunidades! Conheci muita gente! Uma pena que parte disso não está digitalizada! Com a era Instagram, tudo tomou outro sentido, valores se inverteram, hoje em dia para ser famoso tá muito fácil! Sem graça! Sem batalha! Está tudo pronto! Mastigado! E o que é triste é ver que quem pavimentou a estrada é visto como old school! Mas o meu público é fiel! Tenho muitos fãs com quem mantenho contato!

Quais são suas principais referências de artistas?
Amo Kylie Minogue, Rihanna, Doja Cat, Sabrina Sato, Dua Lipa, J-Lo… acho que hoje em dia temos um leque de opções!

Quais os projetos para este ano?
Meu projeto para este ano é continuar vivendo bem, feliz, me afastando de pessoas negativas. Estar sempre focando em boas vibrações! Com o tempo aprendi que: quanto menos, melhor ! Quanto menos as pessoas souberem de seus planos, melhor! Pois são poucas as pessoas que estão evoluídas para vibrar o sucesso da outra!

Agora me conta qual o seu maior sonho!!
Eu já realizei tantos sonhos que fico até com medo! Ficaria horas aqui enumerando eles!
Sou uma eterna sonhadora! Acho que isso me motiva a estar sempre atrás e vivendo para realizar! Hoje gostaria muito que todas as pessoas tivessem a oportunidade de viver em paz! Ter direito de ir e vir, que acabasse a pobreza, a fome, a falta de um teto! Igualdade social!